Trend ‘peso e altura’, do TikTok, divide opiniões e gera debates sobre nutrição e saúde mental

2025-03-12 HaiPress

Trend 'Peso e altura' — Foto: Shutterstock

RESUMO

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GERADO EM: 12/03/2025 - 00:36

Tendência "peso e altura" no TikTok gera debate sobre saúde mental

A trend "peso e altura" no TikTok,ao som de "Maps" do Yeah Yeah Yeahs,provoca debates sobre nutrição e saúde mental. Usuárias compartilham vídeos comparando medidas corporais,gerando reações diversas. A estudante Luiza Santana relata impacto negativo em sua autoestima,enquanto a maquiadora Carolina de Araújo encontrou alívio. Especialistas alertam sobre riscos de transtornos alimentares e a importância de avaliar o uso das redes sociais.

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Quando toca a música “Maps”,da banda indie norte-americana Yeah Yeah Yeahs,os usuários do TikTok já sabem qual trend está rolando. Ao digitar os números de peso e altura na barra de pesquisa,surge,a seguir,um emaranhado de vídeos feitos por meninas e mulheres com as mesmas medidas,como se fossem espelhos para aquelas que procuram comparar seus corpos. Já são milhares desse tipo de conteúdo na rede social,com alguns chegando a milhões de visualizações. Há quem se sinta melhor após assistir a uma gravação e quem não tenha conseguido lidar tão bem com o que viu diante da tela.

Foi o caso da estudante de Publicidade e Propaganda Luiza Santana,de 25 anos,que chegou a fazer um vídeo no TikTok relatando como a trend impactou de forma negativa a sua autoestima. “Assisti à gravação de uma menina que aparentemente tinha a mesma distribuição corporal que a minha e não fiquei contente com o que vi. Ao mesmo tempo,tive uma crise de consciência,porque me vi julgando e me desfazendo daquela pessoa por sua aparência”,comenta a gaúcha,que mede 1,69m e pesa 63kg.

Em meio à febre de conteúdos fitness nas redes sociais e à volta da magreza como “padrão” de beleza,o público que participa e consome a trend leva em consideração,essencialmente,o Índice de Massa Corporal (IMC),uma medida internacional ultrapassada,criada para calcular se uma pessoa está no peso ideal,dividindo-o pela altura ao quadrado.

A nutricionista Victória Golfieri,no entanto,diz que o IMC não é um indicador determinante para o formato específico de um corpo. “São muitas as variáveis que influenciam no nosso físico,como aspectos genéticos,raciais e etnográficos,além da diferença da quantidade de massa magra e gordura”,explica a profissional,que também chama a atenção para o risco de a trend desencadear ou agravar transtornos alimentares. “Essa prática da comparação pode ser muito nociva,porque gera autocobrança e uma expectativa muitas vezes disfuncional.”

Para a psicóloga Daniela Oliveira,a forma como as pessoas lidam com autoimagem passa por padrões emocionais e pela relação que elas estabelecem consigo mesmas ao longo do tempo. “Há indivíduos que,de fato,vão focar nas diferenças entre os corpos,vão se sentir inferiores,porque já vivem sob essa distorção da própria percepção de si. Outros podem sentir-se pertencentes e representados”,pontua a profissional. O modo de uso das redes sociais,segundo Daniela,também entra nessa equação. “Precisamos ter um cuidado muito grande. Há sempre de ser feita a avaliação de como estou usando as redes e quais são os efeitos que elas têm sobre mim. São perguntas essenciais”,destaca.

A maquiadora Carolina de Araújo,de 38 anos,parou de brigar com a balança depois de assistir a vídeos da trend,e chegou até a gravar um próprio para publicar em seu perfil. “Resolvi postar porque vi o relato de uma moça que estava angustiada com seu corpo e passou a se sentir melhor depois de assistir a outras como ela. E foi o que aconteceu comigo também”,conta a paulista de Mogi Guaçu,66m e pesa 70kg. “O ano de 2024 foi muito difícil para minha autoestima. Engordei sete quilos por conta de um problema de saúde,estava mal comigo mesma. Encarei a trend como uma aliança entre mulheres com as tradicionais dificuldades cotidianas,que cuidam de casa e filhos. Hoje,só procuro fazer os meus exercícios e não me cobrar para ter o corpo das blogueiras”,finaliza.

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