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Comédia 'Corte fatal', em que plateia ajuda a decifrar crime, chega ao Brasil após 45 anos em cartaz nos EUA
2025-03-06
IDOPRESS
'Corte fatal' ganha montagem brasileira sob direção de Pedro Neschling — Foto: Fernando Lemos
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 05/03/2025 - 17:49
"Corte Fatal" chega ao Brasil: comédia interativa cativa público no RJ
A peça "Corte Fatal",sucesso nos EUA,estreia no Brasil sob a direção de Pedro Neschling. Com Cristiana Oliveira,Carmo Dalla Vecchia e Douglas Silva no elenco,a comédia interativa envolve o público na resolução de um crime com múltiplos finais. A produção,que desafia atores e plateia com improvisação,busca adaptar o humor para a realidade brasileira. A estreia oficial será no Teatro das Artes,no Rio.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Existe uma máxima no teatro de que “cada apresentação é única”. Isto é,por mais que uma peça esteja em cartaz,ela nunca vai se repetir. Do palco,os atores são afetados diariamente pela vida e,da plateia,o público é,de fato,sempre outro. Em “Corte fatal” — texto do alemão Paul Pörter que já foi montado em 30 países e,agora,ganha adaptação e direção de Pedro Neschling —,essa ideia parece ser elevada ao cubo.
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Numa espécie de jogo “Detetive” da vida real,a comédia que gira em torno da resolução de um crime pode ter,ao menos,três finais. E,quanto aos caminhos para chegar até eles,bom... esses são incontáveis. Da plateia,o público,ou melhor,as testemunhas,podem (e devem),entre uma risada e outra,elucidar fatos que ajudem a descobrir quem é o assassino — seja com comentários ou perguntas para os atores.
No palco do Teatro das Artes,no Shopping da Gávea (com ensaios abertos sábado e domingo e estreia oficial no dia 14),todas as noites uma pianista será assassinada em sua casa. Após o homicídio,o agente Nicolas (Fernando Caruso),acompanhado pelo parceiro Márcio (Paulo Mathias Jr.),conduzirá uma reconstituição dos momentos que antecederam o crime no salão de beleza que dá nome à peça (e fica no prédio da pianista). Nele estarão o cabeleireiro Tony (Carmo Dalla Vecchia),a manicure Barbara (Hylka Maria) e os clientes Eduardo (Douglas Silva),vendedor de antiguidades,e a socialite Dona Meirelles (Cristiana Oliveira). Todos suspeitos.
Conheça o elenco de 'Corte fatal'
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'Corte fatal': Cristiana Oliveira é a ricaça Eleonor Meirelles,mulher de um deputado federal — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
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'Corte fatal': Douglas Silva é o misterioso vendedor de antiguidades Eduardo — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
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'Corte fatal: Hylka Maria é a manicure Barbara — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
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'Corte fatal': Carmo Dalla Vecchia é o cabelereiro Tony — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
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'Corte fatal': Fernando Caruso é o detetive Nicolas — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
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'Corte fatal': Paulo Mathias Jr é o atrapalhado detetive Márcio — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
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Publicidade Peça entra em cartaz no Teatro das Artes,no Shopping da Gávea
— Fiquei muito animado quando li o texto porque,em 25 anos de carreira,nunca tinha visto nada parecido — comenta Neschling. — Quando falamos sobre interatividade com a plateia,não é aquele tipo ao qual as pessoas se acostumaram,que o ator chama a atenção de alguém. Como num jogo de detetive,são as pessoas que vão sentir desejo de participar. E,na medida em que elas vão entendendo a brincadeira,se envolvem e fica cada vez mais divertido.
Apesar de ser originalmente um texto alemão de 1963,“Corte fatal” entrou para a História décadas depois,com uma montagem em Boston,nos EUA,que estreou em 1980 e,40 anos depois,entrou para o Guinness Book como a peça não-musical com maior tempo contínuo em exibição no mesmo teatro — onde segue em cartaz,até hoje.
— O maior desafio é justamente trazer o texto para a nossa realidade. Tem piadas que funcionam lá,mas não funcionam aqui,e vice-versa — conta o diretor,que recebeu algumas dicas de Bob Lohrmann,responsável pela montagem recordista americana.
Para estarem preparados para o que der e vier,os atores estão ensaiando há cerca de dois meses,de segunda a sexta,das 15h às 20h (“com 15 minutos de descanso contadinhos no relógio”,brinca Carmo,arrancando risadas dos colegas).
A comédia "Corte fatal" tem direção de Pedro Neschling — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
— Como existem possibilidades de caminhos e,às vezes,mais de uma num mesmo momento,ficamos sempre atentos para saber para onde vamos — diz Paulo Mathias,ex-“Zorra”. — Quanto mais entendermos cada personagem,mais fácil fica de respondermos às perguntas.
Carmo destaca as intenções dos personagens dentro desse jogo e fala sobre o processo de construção de Tony,seu papel.
— Temos que levar em consideração que eles podem ser culpados ou inocentes. Como construir isso antes? Tem uma certa malícia — comenta. — Como sou uma pessoa LGBTQIAPN+,assim como o Tony,fiquei pensando em como fazê-lo,porque viado pode ser como qualquer um de nós,não é?
Para Hylka e Douglas,que dão vida aos misteriosos Barbara e Eduardo,a incursão no humor é novidade.
— É um desafio duplo: a comédia e a improvisação. E,aqui,ninguém larga a mão de ninguém,porque,se soltar,dá ruim — brinca Hylka.
Douglas,que ficou conhecido por seu papel como Dadinho em “Cidade de Deus” (2002),destaca a “troca” com “Paulinho” e Caruso,que,segundo ele,“guiam” o grupo pelo universo da comédia:
— Não é qualquer um que consegue administrar esse volume de texto. É difícil,mas estamos tirando de letra.
O elenco de "Corte fatal" — Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
Enquanto o sétimo personagem de “Corte fatal”,não chega,o clima nos bastidores é o melhor possível.
— Eu tenho que me esforçar em cena para não rir. São todos muito engraçados — diz Cristiana Oliveira. — Estou aprendendo a fazer comédia. A minha personagem poderia ser estereotipada,mas quis fazê-la “de verdade” e,se for engraçada,maravilha. Se não,tudo bem.
Caruso fez o caminho oposto. Seu personagem,ele conta,o detetive que conduz todo o jogo cênico com a plateia,não foi escrito originalmente para ser engraçado. Mas ele quem fez questão de mudar isso.
— Queria fazer piada,então aproveitei todas as oportunidades,mas sempre atento: quando percebia que atrapalhava a piada do outro,abria mão. Senão tudo ruía — diz o comediante. – Estou muito ansioso para descobrir as reações das pessoas. De certa maneira,todas as noites vão ser estreias. É um trabalho que nunca fica pronto.
Programe-se
Onde: Teatro das Artes,Shopping da GáveaEnsaios abertos: sábado (8),às 20h; domingo (9),às 19hTemporada: de 14 a 30 de marçoQuanto: R$ 140Classificação: 14 anos