Com calor recorde, leque vira item de primeira necessidade no carnaval de São Paulo

2025-03-04 IDOPRESS

Leque vira objeto essencial no carnaval de rua deste ano — Foto: Júlia Aguiar/ Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 03/03/2025 - 20:54

Calor Recorde em São Paulo: Leques e Água no Carnaval de Março

Com o calor recorde em São Paulo,leques se tornaram essenciais no carnaval,além de água mineral e carros-pipa fornecidos pela prefeitura. Em março,a cidade enfrentou o dia mais quente do ano,com 34,7ºC. O calor persistente levou a um aumento na distribuição de água e atendimentos médicos. A previsão é de que as temperaturas comecem a baixar após o dia 10,com a chegada de frentes frias.

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Depois de suportar o segundo fevereiro mais quente de uma série histórica iniciada em 1943,a cidade de São Paulo começou março,mês do fim do verão,com o dia mais quente do ano no domingo. O calor fez os leques coloridos nos blocos deixarem de ser um adorno de fantasias para se tornarem item de primeira necessidade,assim como os copos de água mineral distribuídos pela prefeitura e carros-pipa.

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No domingo,a estação meteorológica do Mirante de Santana,na Zona Norte da capital,marcou 34,7ºC perto das 16 horas. Além disso,o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura informou que a cidade teve uma média de 32°C na tarde de segunda-feira. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),a máxima foi de 33,1°C às 15 horas.

São Paulo está há uma semana em estado de atenção por conta da temperatura. Desde 2007,nunca os termômetros na região da estação do Mirante de Santana,principal ponto de coleta automática de informações da capital paulista,haviam registrado marcas tão elevadas. A situação mais extrema anteriormente foi em 15 de março do ano passado,2ºC — e apenas oito dias de 2024 superaram a barreira dos 34ºC.

Copos térmicos

Com este clima,os leques no bloco da Pabllo Vittar na tarde de segunda-feira não serviam apenas para marcar o ritmo,com o som que produziam ao serem abertos e fechados pelos fãs da cantora. Os foliões se abanavam enquanto recebiam Jatos de água disparados por um carro-pipa. Foi assim que o conferente David Josias,de 23 anos,conseguiu encarar o bloco usando uma roupa de Homem-Aranha que cobria todo o seu corpo.

— Segui a fórmula de duas doses de álcool para uma de água. Foco na festa e na hidratação — afirmou.

A necessidade de se hidratar foi lembrada por Pabllo Vittar para pedir calma depois de um empurra-empurra do público. Mesmo com distribuição gratuita de copos de água mineral pela prefeitura,para muitos,a hidratação dependeu de copos térmicos carregados a tiracolo.

— Foi meio chato ficar levando isso o dia inteiro,mas valeu a pena — contou a estudante Manuella Alves,de 16 anos.

Além de bebidas,foliões também pediam gelo aos ambulantes do bloco.

— Para cada quatro ou cinco clientes,aparece algum pedindo — contou um dos vendedores.

Segundo a prefeitura,foram entregues mais de 544 mil copos de água no fim de semana,em 158 tendas nos principais blocos,e empregados 18 caminhões-pipa no carnaval. O governo contabilizou 1.070 atendimentos médicos no sábado e domingo,em parte por excesso de exposição ao sol.

No início de fevereiro,um grupo de mais de 70 blocos já havia enviado uma carta à prefeitura e à SPTuris,empresa municipal de turismo e eventos,sugerindo ações para minimizar problemas devido aos eventos climáticos na festa. A prefeitura não mudou os horários dos desfiles,mas programou a distribuição de água.

O calor recorde de março vem na sequência de um fevereiro apontado como o segundo mais intenso em pelo menos 82 anos na cidade de São Paulo,segundo dados do Inmet compilados pela Climatempo. A temperatura máxima diária ficou em 31,85ºC,em média,na estação do Mirante de Santana.

Atrás apenas de 2014

O período só ficou abaixo de fevereiro de 2014,quando a média de picos diários de temperatura chegou a 31,9ºC. Ao contrário deste ano,contudo,as maiores temperaturas na época foram registradas no começo do mês. São Paulo teve máximas acima de 33ºC na semana passada inteira.

De acordo com o Climatempo,a média climatológica,que calcula o comportamento em 30 anos,é de 29ºC para fevereiro na estação do Mirante. A cidade teve,assim,um mês 2,8ºC mais quente do que o esperado. O calor extremo deve se estender até domingo na cidade.

No sábado,na concentração do bloco Tarado ni você,em homenagem a Caetano Veloso,no Centro,os termômetros marcavam 30ºC por volta das 10 horas da manhã. O bloco distribuiu 1,5 mil leques antes da partida do trio elétrico. Victor Gallo,um dos foliões,foi com guarda-chuvas de frevo em suporte para a cabeça. Pagou R$ 60 por um kit com três unidades e deu os outros dois para amigos.

— Vi o guarda-chuva em uma reportagem sobre o carnaval no Nordeste. O tempo está meio doido,hoje pode chover de forma desproporcional e já está muito sol,então vai servir para tudo – justificou Gallo.

No domingo,foliões do bloco Bem Sertanejo,que teve Michel Teló como atração,no Parque do Ibirapuera,relutavam em sair das sombras das árvores da Avenida Pedro Álvares Cabral para se aproximar do trio elétrico.

— Acho que vou ficar aqui,dá para curtir do mesmo jeito — disse o professor universitário Fábio Nasário,sob uma árvore.

Calor se mantém

Uma nova onda de calor deve manter as altas temperaturas no Brasil este mês. Segundo o Climatempo,o tempo quente extremo no início da transição para o outono é resultado de um bloqueio atmosférico,que deve ser rompido após o dia 10.

A onda de calor desta semana foi a quinta do ano e deve persistir até amanhã no país. Mas o Climatempo prevê que grandes mudanças na circulação de vento permitirão que as frentes frias cheguem ao país na segunda quinzena de março.

Na primeira metade do mês,as frentes frias devem alcançar apenas o extremo Sul do país,atingindo a costa do Rio Grande do Sul. O clima mais ameno deve chegar ao Sudeste em seguida.

“Com o aumento da chuva e as frentes frias voltando a avançar pela costa do Sul e do Sudeste durante a segunda quinzena de março,as temperaturas tendem a baixar,fazendo com que as médias finais fiquem mais próximas da normalidade”,informou a agência meteorológica. Com isso,chuvas volumosas podem ocorrer no litoral das duas regiões.

O Climatempo ressalva que o mês deve terminar com temperaturas dentro a acima da média na maioria das áreas do país. Áreas como Mato Grosso do Sul,Goiás e Distrito Federal devem receber chuva,mas a partir do fim da primeira quinzena de março. Na Região Norte,as chuvas vão continuar ocorrendo “basicamente por causa do calor e da grande disponibilidade de umidade no ar”.

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