Mais recentes
-
Portugal terá terceira eleição em três anos se governo for derrubado hoje
-
Ataque a minoria na Síria exige reação mundial
-
Champions: duelos que definirão primeiros classificados às quartas começam com protagonismo de convocados à seleção
-
Ex-presidente filipino, Duterte é preso por crimes contra a humanidade
Sorte ou suor? Segundo o líder do Bush, teve um pouco de cada
2025-03-04
HaiPress
O grupo Bush,com o baixista Corey Britz (à esq.),o guitarrista Chris Traynor,o cantor e guitarrista Gavin Rossdale e o baterista Nik Hughes — Foto: Divulgação/Shervin Lainez
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 03/03/2025 - 19:12
Gavin Rossdale celebra 30 anos de carreira com shows no Brasil e novos projetos
Gavin Rossdale,líder da banda Bush,prepara-se para shows no Brasil celebrando 30 anos de carreira,destacando-se como exceção no cenário grunge dos anos 90. Rossdale reflete sobre sorte e sucesso,mencionando seu novo programa de culinária e a gravação de um álbum. Aos quase 60 anos,ele mantém vitalidade e celebra a vida familiar com seus filhos. Em tom provocativo,compara sua trajetória à do Coldplay,destacando a importância da reinvenção.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO
Numa cena específica de rock alternativo — o americano grunge,dos anos 1990 — em que a maior parte das bandas ou acabou ou teve que mudar por causa da morte de seus vocalistas (Nirvana,Soundgarden,Alice in Chains,Stone Temple Pilots),o Bush é avis rara: grupo inglês,até hoje liderado por seu vocalista original,Gavin Rossdale,de 59 anos,ele baixa no Brasil para três shows,de comemoração de 30 anos de carreira: dia 30 no Lollapalooza (SP),1º de abril na Ópera de Arame (Curitiba) e dia 2 no Vivo Rio.
'Sem drama,estou tranquilo': Tony Bellotto,guitarrista dos Titãs,descobre tumor no pâncreas e anuncia pausa nos palcosJuventude descobre Evinha,sucesso dos anos 1970,pela via do rap: 'É surreal',diz ela
Famoso com o Bush por hits como “The chemicals between us”,“Everything Zen”,“Swallowed” e “Glycerine”,o bonitão e boa praça Rossdale se considera,antes de tudo,um homem de sorte. Mais recentemente,por exemplo: os incêndios que em janeiro devastaram Los Angeles (cidade onde ele vive ininterruptamente há quase 20 anos) chegaram até a um morro bem ao lado da sua casa,mas não o afetaram. Já o diretor do seu programa de TV (“Dinner with Gavin Rossdale”,que estreou no último dia 13”),o advogado que representa sua firma de produção,um pintor amigo seu... várias pessoas próximas não tiveram a mesma sorte.
— Muitas pessoas perderam suas casas,mas também seus empregos. Isso multiplica todos os problemas,tem sido assustador e deixou todo mundo muito triste por aqui — dizia ele,literalmente no calor dos acontecimentos,em entrevista por Zoom. — Estou tentando acolher alguns cães,mas tenho que esperar alguns dias,porque muitos deles têm chips que podem permitir que sejam devolvidos aos donos. Acho que é hora de eu ter cachorros de novo,muitos deles precisarão de casas novas!
Nascido em Londres,Gavin Rossdale não perdeu,no entanto,a paixão pela cidade onde foi tentar a sorte na carreira artística pela primeira vez em 1991.
— Los Angeles é um lugar incrível,eu só queria que não fosse tão longe de tudo. Em Nova York você tem o luxo de estar mais perto da Europa e de outros lugares,me sinto um pouco distante aqui. Mas esse espaço todo que tenho aqui é incrível,ele tem uma energia,uma luz e coisas lindas como o oceano — deslumbra-se. — Além do mais,é onde meus filhos estão e isso deixe meu coração bem.
Da primeira incursão por L.A.,ele voltou com ideias de deixar de lado suas ambições no pop (que alimentou com algumas de suas bandas nos anos 1980) e investir no grunge,o agressivo som que saía dos Estados Unidos para tomar o mundo. E aí formou o Bush,que acabaria estourando numa segunda onda do estilo,com o álbum de estreia “Sixteen stone”,lançado em novembro de 1994,que acabaria ganhando um disco de platina sêxtuplo por suas vendas.
— Havia muito tempo que eu estava fracassando,realmente não conseguia organizar minha vida — ironiza. — Uma outra forma de ver isso é que cada um tem seu tempo,e então eu estava apenas esperando o meu tempo. Mas acho que tive muita sorte,foram muitas pessoas e muitos fatores,além da música,que contribuíram para que tudo desse tão certo. Foi uma daquelas tempestades perfeitas!
Mas Rossdale acredita que algo como esse estouro do Bush não aconteceria mais hoje.
— Naquela altura você tinha a MTV,as rádios de rock eram muito fortes,você tinha grandes revistas de música e podia vender discos. Era um tempo abundante,em que toda árvore dava frutos. A gravadora nos enganou e ficou com a maior parte do dinheiro,mas se você fizesse sucesso naquela época conseguia ganhar muito dinheiro — conta. — Hoje me preocupa ver como é difícil começar no mercado da música. Acho que é mais fácil arrombar o Forte Knox (bunker onde estão as reservas de ouro dos Estados Unidos)! Tive muita sorte,e você tem que estar preparado para quando o sucesso vem,porque ele não dura para sempre. Há momentos em que acontecem menos coisas e então você tem que reconstruir o seu caminho. Nessas horas,o jeito é manter-se forte e humilde.
Gavin Rossdale chega ao Brasil com a turnê do disco “Loaded: The greatest hits 1994-2023”. Uma extensa coletânea que permite ver bem uma banda que,em diversas formações (sempre com Rossdale) passou pelo grunge,pelo rock eletrônico e até por sonoridades mais pesadas,do heavy metal.
— Acabei de gravar um novo disco do Bush (que vai se chamar “I beat loneliness”),vamos começar a mixá-lo. E gravar discos só continua interessante porque tento sempre me desafiar e entender melhor a música. Adoro o fato de que a música é misteriosa para mim — admite. — Algumas vezes eu disse que teria mais sucesso se tentasse sempre refazer “Sixteen stone”. Mas aí provavelmente viraríamos o Coldplay! Acontece que eu adoro as guitarras afinadas em tons mais baixos,que criam um ar tenebroso e soam enormes. Só que então,no novo disco,eu lembrei que os Beatles compuseram canções clássicas na afinação padrão,e que se eu quisesse ser um clássico,teria que voltar a ela,ao menos em algumas músicas. Foi estranho,meio como ter que andar de novo na minha velha bicicletinha!
O cantor,compositor e guitarrista alternou as gravações do novo disco do Bush com as de “Dinner with Gavin Rossdale”,o seu programa de culinária.
— Gosto muito de viajar e estou feliz em ir ao Brasil,não me entenda mal,mas eu precisava descobrir uma forma de ter renda sem sair de casa. Então eu resolvei embarcar nessa ideia do programa de culinária,no qual eu pensava já faz uns seis anos — conta. — Dois anos e meio atrás eu comecei a trabalhar com uma nova produtora que conseguiu fechar um acordo para fazer o programa. Adoro cozinhar e comer com as pessoas e pensei se não seria legal se a gente pusesse câmeras e convidasse um povo famoso,isso talvez rendesse um programa interessante. A parte mais difícil foi conseguir os seis primeiros convidados famosos (o cantor Tom Jones,o rapper Common,a ex-tenista Serena Williams e os atores Jack McBrayer,Selma Blair e Brooke Shields). Vou ser grato a eles pelo resto da vida!
Ficar em casa é algo do qual Gavin Rossdale gosta casa vez mais. É lá que ele passa o tempo com os três filhos,Kingston,Zuma e Apollo,que teve com a ex-mulher,a vocalista do No Doubt e ex-técnica do “The Voice” Gwen Stefani. Kingston,o mais velho,de 19 anos,vive com ele em tempo integral,enquanto os outros vão à casa em semanas alternadas:
— Meus filhos são pessoas lindas e incríveis,cada um com sua própria personalidade. Eles não são novas versões de mim... embora às vezes eu pense que são versões melhores de mim! Sempre digo a eles para que sejam engraçados e educados porque assim a vida será mais fácil.
O líder do Bush — banda que que tem hoje na formação Corey Britz (baixo),Chris Traynor (guitarra) e Nik Hughes (bateria) — faz manha na hora de dizer qual o segredo para,à beira dos 60 anos de idade,estar em perfeita forma física e manter um rosto praticamente inalterado pela idade. Seria a velha sorte de sempre?
— Não estando completamente alheio a esse fato,eu diria que... não sei! Só sei que adoro ficar em forma e forte. Mas posso dizendo uma coisa? É que vocês têm no Brasil o futuro do tênis,o João Fonseca! Assisti à primeira partida completa dele ontem à noite,e é o melhor jogador que já vi! Ele tem a confiança e equilíbrio de (Roger) Federer,a amplitude do (Novak) Djokovic e uma força bruta,ele é imparável,é o futuro rei do mundo! — anima-se.