Após bate-boca com Trump, Zelensky recebe apoio contundente de líderes europeus e do Canadá em cúpula de Londres

2025-03-03 HaiPress

Líderes europeus e do Canadá se reúnem em Londres para discutir futuro da guerra na Ucrânia — Foto: JUSTIN TALLIS / POOL / AFP

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GERADO EM: 02/03/2025 - 15:20

Zelensky Recebe Apoio de Líderes Europeus e Canadenses em Londres

Após discussão acalorada com Trump,Zelensky recebeu apoio firme de líderes europeus e canadenses em uma cúpula em Londres. O primeiro-ministro britânico,Keir Starmer,destacou a importância de consolidar a segurança na Europa,afirmando que o continente deve liderar os esforços pela paz na Ucrânia,com apoio dos EUA. O encontro contou com a presença de líderes de 18 países e organizações aliadas da Ucrânia,que reafirmaram seu comprometimento com uma paz duradoura.

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A Europa enfrenta um "momento único" para consolidar sua segurança,disse,neste domingo,o primeiro-ministro britânico Keir Starmer,ao abrir uma cúpula com 18 países e organizações aliadas da Ucrânia na presença do presidente desse país,Volodymyr Zelensky,dois dias depois de seu forte bate-boca com Donald Trump na Casa Branca. A reunião de Londres neste domingo também ocorre às vésperas de outro encontro europeu sobre a Ucrânia previsto para 6 de março em Bruxelas.

— Espero que saiba que estaremos todos com você e com o povo da Ucrânia durante o tempo que for necessário. Todos ao redor desta mesa — disse Starmer ao líder ucraniano,sentado a seu lado. — Este é um momento único em uma geração para a segurança da Europa. Obter um bom resultado para a Ucrânia não é apenas uma questão de certo ou errado; é vital para a segurança de cada nação aqui e de muitas outras também.

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Starmer também defendeu que “a Europa deve fazer o trabalho pesado” para encerrar a guerra na Ucrânia,mas que precisa do apoio dos EUA.

— A Europa deve fazer o trabalho pesado [para garantir a paz na Ucrânia] — declarou em uma entrevista coletiva após a cúpula. — A Europa deve fazer o trabalho pesado,mas para apoiar a paz em nosso continente,e para ter sucesso,esse esforço deve ter um forte apoio dos EUA.

O primeiro-ministro britânico havia anunciado,algumas horas antes do início da cúpula,que Reino Unido e França estão trabalhando com a Ucrânia "em um plano para o fim dos combates" no conflito desse país com a Rússia.

— Estabelecemos que o Reino Unido,junto com a França e talvez mais um ou dois [países],vão trabalhar juntos com a Ucrânia em um plano para o fim dos combates,e depois discutiremos esse plano com os Estados Unidos — disse Keir Starmer à emissora BBC.

O premier britânico,e os presidentes de França e Ucrânia,Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky,viajaram esta semana,em eventos separados,para Washington para se encontrarem com o presidente americano.

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A reunião deste domingo em Londres teve como objetivo buscar acordos em matéria de segurança e mostrar seu apoio a Ucrânia. Foram convidados os dirigentes de França,Alemanha,Dinamarca,Itália,Turquia,Holanda,Noruega,Polônia,Espanha,Finlândia,Suécia,República Tcheca e Romênia,entre outros.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),Mark Rutte,e os presidentes da Comissão Europeia,Ursula von der Leyen,e do Conselho Europeu,António Costa,bem como o primeiro-ministro canadense,Justin Trudeau,também estavam presentes na cúpula.

— Estamos todos muito comprometidos com um objetivo que queremos alcançar,que é uma paz justa e duradoura na Ucrânia. Acho que é muito importante que evitemos o risco de o Ocidente se dividir — apontou a primeira-ministra italiana,Giorgia Meloni.

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Meloni também se reuniu com Zelensky à margem da cúpula. "A reunião reafirma o apoio da Itália à Ucrânia e a seu povo,bem como o compromisso,com seus parceiros europeus,ocidentais e dos Estados Unidos,de construir uma paz justa e duradoura,que garanta um futuro de soberania,segurança e liberdade para a Ucrânia",disse o governo italiano em comunicado.

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"No século XXI,as relações entre os países são de alianças,não de vassalagem. A época dos países subordinados acabou. Hoje defendemos uma ordem internacional de países livres,iguais e soberanos. Por isso defendemos a Ucrânia perante a ameaça neoimperialista de Putin",escreveu o primeiro-ministro espanhol,Pedro Sánchez,na rede social X,antes da reunião de Londres.

O governo britânico firmou na noite de sábado um acordo de empréstimo de 2,26 bilhões de libras esterlinas (R$ 16,6 bilhões) para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia.

O secretário-geral da Otan Mark Rutte,anunciou que “mais países europeus aumentarão seus gastos com defesa”,saudando essa “notícia muito boa” ao final da cúpula em Londres. Ele insistiu que Trump está comprometido com a OTAN,pedindo o fim dos boatos sobre a possibilidade de os Estados Unidos saírem da aliança.

— Falei várias vezes com o presidente Trump (...) Os Estados Unidos fazem parte da Otan,estão comprometidos com a Otan — assegurou aos jornalistas.

Os participantes também discutiram na cúpula "a necessidade de que a Europa desempenhe o seu papel em defesa" e os "próximos passos no planejamento de fortes garantias de segurança" no continente,diante do risco da retirada do guarda-chuva militar e nuclear dos Estados Unidos.

Após a reunião,a presidente da Comissão Europeia,defendeu que “a Europa precisa urgentemente ser rearmada” e anunciou que apresentará “um plano abrangente sobre como rearmar a Europa” na cúpula especial de defesa da União Europeia (UE) na quinta-feira. Segundo von der Leyen os gastos com defesa devem ser aumentados “durante um longo período de tempo”.

— É de extrema importância que aumentemos nossos gastos [com a defesa na Europa] e nos preparemos para o pior — acrescentou von der Leyen. — Estamos prontos,junto com vocês,para defender a democracia,para defender o princípio de que existe um Estado de direito e que não se pode invadir o vizinho ou mudar as fronteiras pela força.

A tensão disparou após a altercação verbal de sexta-feira na Casa Branca,na qual Trump repreendeu Zelensky,acusando-o de apostar "com o risco de uma terceira guerra mundial".

O primeiro-ministro polonês,Donald Tusk,disse neste domingo que o seu país poderia usar seus laços amistosos com Washington para persuadir os Estados Unidos a apoiarem mais a Ucrânia. Segundo ele,a Polônia "será mais ouvida" devido a seus altos gastos em defesa e "relações muito boas com os americanos".

— Tudo deve ser feito para garantir que a Europa e os Estados Unidos falem em uma só voz — disse ele,acrescentando que a próxima cúpula deve enviar uma mensagem clara ao presidente russo Vladimir Putin “de que o Ocidente não tem intenção de capitular diante de suas chantagens e agressões”.

O porta-voz do Kremlin,Dmitry Peskov,disse que a mudança radical na política externa dos Estados Unidos em relação à Rússia coincidia "amplamente" com a visão de Moscou,em entrevista exibida neste domingo na televisão estatal.

Em uma entrevista com vários jornais,o presidente francês Emmanuel Macron disse esperar que os países da União Europeia avancem rapidamente para um "financiamento maciço e comum" que represente "centenas de bilhões de euros" para construir uma defesa comum.

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