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Tombo na popularidade de Lula fez Nísia virar ministra 'trocável'
2025-02-26
HaiPress
Lula e Nísia Trindade em cerimônia no Planalto,horas antes da demissão da ministra — Foto: Cristiano Mariz / O Globo
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 25/02/2025 - 22:15
Demissão de Nísia Trindade no Ministério da Saúde
A queda de popularidade do governo levou à demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Resistindo ao Centrão,sucumbiu à pressão do Planalto após se tornar "trocável" devido a pesquisas desfavoráveis. Substituída por Alexandre Padilha,a primeira mulher no cargo enfrentou crises e realizou feitos,porém,sua demissão foi considerada desrespeitosa.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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No sétimo mês de governo,Lula declarou que não demitiria Nísia Trindade do Ministério da Saúde. “Tem ministros que não são trocáveis. Tem pessoas e funções que são uma coisa da escolha pessoal do presidente da República”,disse. “A Nísia não é ministra do Brasil,ela é minha ministra”,acrescentou.
A titular da Saúde estava na mira do Centrão,que tentava derrubá-la para pegar a chave do cofre do SUS. Sem filiação partidária,ela conseguiu resistir aos torpedos disparados do Congresso. Ontem sucumbiu ao fogo amigo do Planalto.
Antes da queda: Nísia reclamou de fritura: "Muito desagradável"Tombo nas pesquisas: Lula quer enfrentar crise com propaganda
Nísia passou dois anos e dois meses no cargo. Enfrentou diversas crises,mas só se tornou “trocável” quando pesquisas apontaram um tombo na popularidade do governo. Transformada em bode expiatório,ela viu sua cadeira virar alvo de cobiça no PT. Agora será substituída pelo deputado Alexandre Padilha,que deixa o abacaxi da articulação política para assumir um dos maiores orçamentos da Esplanada.
A escalação de ministros é prerrogativa do presidente,mas Lula deveria ter poupado sua auxiliar da fritura pública. Respeitada no meio acadêmico,Nísia foi exposta a uma demissão em câmera lenta. Na semana passada,sua pasta teve que emitir uma nota oficial para informar que ela ainda integrava o governo. A ministra acompanhou a própria queda pela imprensa,sem que o chefe se dignasse a procurá-la.
O constrangimento chegou ao ápice ontem,quando Nísia foi ao palácio anunciar um acordo com o Butantan para a produção de vacinas. A ministra falou em tom de despedida e foi ovacionada pela plateia. Lula permaneceu em silêncio e não leu o discurso que sua assessoria havia preparado. Horas depois,o Planalto confirmou a troca e informou que “o presidente agradeceu a ministra pelo trabalho e dedicação”. Ele poderia ter feito isso diante das câmeras,mas optou pela demissão por escrito.
Primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde,Nísia herdou uma pasta arrasada pelo governo Bolsonaro. Sua gestão teve problemas,como a explosão dos casos de dengue em 2024,mas expurgou o negacionismo e tirou o país do mapa do sarampo. Já seria o suficiente para que ela tivesse direito a uma saída mais honrosa.
Ex-ministro de Lula: Fritura de Nísia foi "cruel e desrespeitosa",diz TemporãoApós cobrança: Mulher pode ser firme sem falar grosso,afirmou Nísia