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Em carta, Ronaldo critica processo eleitoral da CBF e pede supervisão da Fifa
2025-02-25
IDOPRESS
Ronaldo Fenômeno — Foto: Daniel Ramalho/AFP
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 24/02/2025 - 18:48
Ronaldo pede supervisão da Fifa na eleição da CBF
Ronaldo pede supervisão da Fifa na eleição da CBF,criticando falta de transparência. Empresário quer data definida com antecedência e participação de entidades internacionais. Destaca necessidade de legitimidade e estabilidade institucional,visando reconstruir a credibilidade do futebol brasileiro.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O ex-jogador Ronaldo,que em dezembro anunciou seu interesse em concorrer à presidência da CBF,segue se movimentando nos bastidores de olho no próximo pleito,ainda sem data definida para ocorrer. Em carta divulgada nesta segunda-feira,ele criticou o processo eleitoral da entidade e pediu que Fifa e Conmebol supervisionem a votação.
Leia também: Ronaldo sobre oportunidade de se tornar presidente da CBF: 'Preparado para assumir esse novo desafio'
No documento,Ronaldo solicitou também que o processo eleitoral — que será iniciado pelo atual presidente da CBF,Ednaldo Rodrigues,e tem prazo estatutário de um ano a partir do próximo mês de março para acontecer — tenha sua data definida com pelo menos um mês de antecedência. O ex-atacante deseja que a Fifa e a Conmebol participem para garantir "o tratamento isonômico das partes e a preservação da estabilidade institucional".
Para conseguir se candidatar à presidência da CBF,Ronaldo precisará do apoio formal de quatro das 26 federações estaduais e a do Distrito Federal,e de quatro clubes das Séries A e B. Ednaldo tentará a reeleição.
Ronaldo Fenômeno quer presidir a CBF: entenda o processo eleitoral para a instituição
Além do apoio de federações e clubes,Ronaldo também terá que quebrar um paradigma no que diz respeito as eleições da CBF. Desde 1989,na primeira eleição de Ricardo Teixeira,a entidade nunca teve um pleito com mais de um candidato. Os bastidores dos processos eleitorais anteriores mostram que as federações costumam optar por apoiar a situação.
O processo eleitoral da CBF é baseado em um sistema de pontos. Os votos das federações estaduais têm peso 3 (totalizando 81 pontos),os votos dos clubes da Série A têm peso 2 (somando 40 pontos),e os votos dos clubes da Série B têm peso 1 (somando 20 pontos). Ou seja,se 24 das 27 federações estaduais decidirem apoiar um candidato,ele atingiria 72 pontos,e a eleição estaria definida,já que a soma de todos os outros votos não ultrapassaria 69 pontos.
Desde dezembro,quando anunciou que tentaria a candidatura,Ronaldo aposta no diálogo "cara a cara" com os presidentes das federações. Um dos principais objetivos do ex-atacante é mudar a imagem da CBF e da própria seleção brasileira.
Leia a carta de Ronaldo na íntegra:
Carta à presidência das entidades CBF,FIFA e CONMEBOL,das Federações Estaduais e dos clubes das Séries A e B
Prezados Senhores,
Conforme comuniquei publicamente,pretendo me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito. Preocupa-me,no entanto,a falta de transparência e segurança jurídica no processo eleitoral,que pode comprometer a imparcialidade e a legitimidade das eleições.
É notório que,com o estatuto vigente,o presidente em exercício tem controle absoluto de todo o processo - o que,por si só,nos distancia das condições de concorrência leal e isonômica. Além de não contribuir para a integridade do pleito,o modelo dificulta (quiçá,impede) o surgimento de candidaturas alternativas.
Ademais,a crise dos últimos anos no comando da CBF,marcada por uma série de interferências externas e disputas judiciais incompatíveis com a autonomia e grandeza da entidade,maculou sua reputação a nível mundial e colocou em risco a sua independência.
Se existe um fato incontestável nesses anos de imbróglio - que,inclusive,antecede a atual gestão - é que essa sucessão de acontecimentos gerou um sentimento coletivo de insegurança jurídica e afetou negativamente a credibilidade da confederação.
Faltam menos de 16 meses para a próxima Copa do Mundo - chegaremos a 2026 com um jejum de 24 anos sem o título - e tudo que o futebol brasileiro não precisa agora é passar por um processo eleitoral de legitimidade duvidosa. O que precisamos é de tempo para dar voz e espaço aos clubes que,unidos,são ainda mais fortes; para escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados; para que a força da visão compartilhada,no alinhamento estratégico,nos conduza à mudança.
À luz dessas preocupações,solicito que a data para as próximas eleições - cujo prazo estatutário é de um ano a partir de 23 de março de 2025 - seja definida com antecedência mínima de um mês,a fim de assegurar a organização e participação dos interessados.
Solicito ainda que o pleito seja supervisionado presencialmente pela FIFA e pela CONMEBOL,para dar mais transparência e segurança jurídica ao processo eleitoral,bem como alinhamento aos princípios internacionais de governança no futebol. Está nas mãos do colégio eleitoral a oportunidade e a responsabilidade de atender à urgência de um choque de gestão na CBF,que comece por restaurar a confiança na instituição e seja sustentável no longo prazo. Reitero minha completa disposição colaborativa para a reconstrução da credibilidade e proteção do futuro da entidade. O futebol brasileiro é patrimônio público - cabe a nós defendê-lo.