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Dino nega 'desconforto' em julgar Bolsonaro e diz que denúncia da PGR será analisada 'de acordo com as regras do jogo'
2025-02-25
IDOPRESS
O ministro Flávio Dino,durante sessão do STF — Foto: Rosinei Coutinho/STF/19-02-2025
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 24/02/2025 - 19:37
Ministro do STF Flávio Dino segue regras em julgamento de Bolsonaro
O ministro do STF Flávio Dino nega desconforto em julgar Bolsonaro e afirma que análise da denúncia seguirá regras do jogo. Defesa de Bolsonaro tenta levar julgamento ao plenário do STF,mas Dino aponta necessidade de mudança no regimento interno para isso acontecer.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino afirmou nesta segunda-feira que o julgamento da denúncia apresentada na semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro “vai se dar de acordo com as regras do jogo,com isenção e respeito à ampla defesa”.
Dino fez a declaração ao responder a jornalistas sobre uma sinalização feita mais cedo pelo advogado de Bolsonaro,Celso Vilardi. Em encontro com o presidente do STF,Luís Roberto Barroso,o advogado antecipou que a defesa pedirá o impedimento de Dino e do ministro Cristiano Zanin,ex-advogado do presidente Lula (PT).
Dino disse que,de sua parte,não há “nenhum desconforto” em participar do julgamento da denúncia que acusa o ex-presidente e outras 33 pessoas de integrarem uma organização criminosa que praticou atos contra a democracia.
— O Supremo é composto por 11 ministros. Todos chegaram lá do mesmo modo,todos escolhidos por presidentes da República e aprovados no Senado. Existem ministros indicados por cinco presidentes da República diferentes. E o julgamento certamente vai se dar de acordo com as regras do jogo previstas na lei,com isenção,e com o respeito à ampla defesa. Não conheço os fatos,a petição… certamente vou conhecer. Mas,em relação a mim não há nenhum desconforto,nenhum incômodo,nada nesse sentido,porque considero que os advogados dele e de todos os demais denunciados têm,não só o direito,como o dever de exercer a ampla defesa — declarou.
O advogado de Bolsonaro também indicou mais cedo que tentará levar o julgamento da denúncia ao plenário do Supremo,em vez de deixá-lo para a Primeira Turma. O colegiado,que passará a ser presidido por Dino em outubro,inclui também o relator do processo,Alexandre de Moraes,e os ministros Luiz Fux,Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Dino disse que,para que a análise ocorra no plenário,seria necessário uma mudança no regimento interno do STF.
— O regimento interno do Supremo foi modificado alguns anos atrás,eu sequer era ministro nesse período. E houve a decisão que julgamentos criminais são feitos nas turmas,na Primeira e na Segunda Turma. E isso já vem assim há alguns anos. O Supremo pode mudar? Pode,claro que pode. Mas depende,novamente,do colegiado mudar o regimento interno. Não me cabe propor isso — afirmou.
Impasse das emendas parlamentares
O ministro,que participa de uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) nesta noite,afirmou que o protagonismo do Supremo “é algo que veio para ficar”,e que não se pode esperar por um STF “omisso” ou que “pratica prevaricação”.
Integrante da Corte há um ano,Dino é relator de uma série de ações que discutem regras de transparência para o pagamento de emendas parlamentares. No ano passado,o ministro inviabilizou o pagamento de R$ 5,2 bilhões em emendas de comissão,e agora tem em sua mira o uso das transferências especiais (conhecidas como ‘emendas Pix’) em eventos.
Dino terá uma nova reunião com membros do Congresso na quinta-feira para debater o tema. O ministro disse que o impasse não será resolvido nesta semana,mas espera que sejam dados “passos positivos”.
— A separação de poderes que a Constituição prevê nunca é absoluta,nunca é estática. Tanto que,uma década atrás,não se falava em emenda impositiva. Foi uma mudança em que uma parte das atribuições do Poder Executivo migrou para o Poder Legislativo. Não cabe ao Judiciário dizer se isso é certo ou errado,mas cabe dizer que é preciso ter uma moldura jurídica,regras,para garantir transparência,rastreabilidade e eficiência. (...) O problema será resolvido nesta semana? Não,certamente que não. Mas novos passos positivos serão dados,como já foram — disse.
Dino também afirmou na entrevista que tem a esperança de que o julgamento do processo que discute a aplicação da Lei da Anistia em casos de desaparecimento de pessoas na ditadura militar,também sob sua relatoria,seja concluído neste ano. O ministro afirmou que a comoção derivada do filme ‘Ainda Estou Aqui’ impulsionou a retomada desse debate.