Mais recentes
-
Alta nos acidentes com moto no Rio demanda mais ação da Prefeitura
-
Sob a sombra de Trump: oposição de centro-direita vence eleições na Groenlândia, e nacionalistas avançam, segundo a mídia estatal
-
Spotify distribuiu US$ 10 bilhões em pagamentos em 2024, o maior da história da indústria musical; entenda
-
Carminha, Perpétua, Nazaré e outras vilãs de volta: atrizes vão reviver personagens em comemoração dos 60 anos da Globo
Mauro Cid afirmou que Bolsonaro mandou monitorar Alexandre de Moraes, diz denúncia
2025-02-19
IDOPRESS
Jair Bolsonaro visita Senado Federal — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
A denúncia da procuradoria-geral da República que atribui a Bolsonaro cinco crimes que relacionados à trama golpista revela que,em sua delação premiada,o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirma que foi o ex-presidente quem ordenou a realização do monitoramento dos passos do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
Bolsonaro denunciado: Para PGR,live contra urnas em 2021 foi marco zero da trama golpistaLeia também: Denunciados tinham ciência de que fraudes nas urnas não existiam,diz Gonet
O monitoramento,ao qual estava vinculado um plano para matar o ministro,foi realizado por coroneis envolvidos na trama golpista e era chamado no código do grupo de “Operação Copa 2022”.
De acordo com a denúncia,o objetivo do plano era "neutralizar o ministro".
Calendário: Denúncia fatiada é estratégia para acelerar julgamento de Bolsonaro,avaliam PF e cúpula da PGR
Mauro Cid afirmou que ele mesmo transmitiu a demanda de Bolsonaro ao Coronel Marcelo Câmara,um dos denunciados por Gonet nesta terça-feira,perto do Natal de 2022. Evidências recolhidas pela PF -- como sinais das antenas de celulares e mendagens trocadas pelos investigados -- dão conta de que Moraes foi seguido pelos golpistas entre os dias 14 e 15 de dezembro daquele ano. A operação acabou cancelada no dia 16.
“Sobre as solicitações feitas à MARCELO CÂMARA às vésperas do Natal,informou que quem solicitou o monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes “foi o ex-Presidente Jair Bolsonaro”,afirma a denúncia.
Roteiro: Aliados de Bolsonaro traçam cronograma para Alexandre de Moraes determinar prisãoTermômetro: Alexandre de Moraes vai impor ‘pena média’ de 20 anos por trama golpista,preveem investigados
A PGR concluiu ainda que a operação Copa 2022 foi deflagrada após uma reunião no Palácio do Planalto com o próprio Bolsonaro,no dia 6 de dezembro de 2022. Teriam participado dessa reunião,além de Mauro Cid,também o coronel Rafael Martins de Oliveira,que organizou a logística do monitoramento nos dias seguintes. Nesse mesmo dia,o general Mário Fernandes imprimiu,dentro do Palácio do Planalto,o plano intitulado "Punhal Verde e Amarelo",que seria apreendido pela Polícia Federal meses mais tarde.
De acordo com a denúncia,nesse dia,o mesmo em que o então presidente se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para apresentar a minuta do decreto golpista,os relatórios de antenas de celular indicavam Mauro Cid,Rafael Martins e Bolsonaro estavam na mesma área do Planalto ao mesmo tempo.
Cabo de guerra: STJ destrava ação que pode tirar Janja do Palácio do PlanaltoLeia também: Governo Lula esconde informações sobre Janja
Dois dias depois,o general Mauro Fernandes enviou um áudio a Mauro Cid citando uma conversa com Bolsonaro,em que diz: “durante a conversa que eu tive com o presidente,ele citou que o dia 12,pela diplomação do vagabundo,não seria uma restrição,que isso pode,que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas (…) ai na hora eu disse,pô presidente,mas o quanto antes,a gente já perdeu tantas oportunidades”.
Para a PGR,"o áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por JAIR MESSIAS BOLSONARO,que esperava a sua execução ainda no mês de dezembro. O grupo planejava agir com a maior brevidade possível,a fim de impedir a assunção do Poder pelo novo governo eleito."
Atalho jurídico: TCU decide se mantém brecha para ajudar Bolsonaro no caso das joias
A denuncia afirma que o plano para "neutralizar" Moraes foi abortado na noite do dia 15 de dezembro porque o comandante do Exército,general Freire Gomes,recusou-se a aderir ao golpe.
De acordo com o documento,o grupo “manteve a operação e aguardou até os últimos instantes a eventual confirmação da adesão do Comandante da Força Terrestre,o que não ocorreu,inviabilizando a ação violenta”. “Sem o suporte necessário,o atentado não surtiria o efeito esperado e ensejaria punição interna aos responsáveis”,frisou Gonet.
Estratégia: Como aliados de Bolsonaro pretendem enfrentar Lula na reta final do governo
O procurador-geral da República apontou que,apesar da resistência de militares de alta patente,o grupo manteve as ações de monitoramento,“por alimentar a expectativa de situações socialmente anômalas que pudessem provocar a ação armada que desejavam”.