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Por que chances de um asteroide atingir a Terra em 2032 continuam subindo (e descendo)
2025-02-18
IDOPRESS
Por que as chances de um asteroide atingir a Terra em 2032 continuam subindo (e descendo) — Foto: NASA Atmospheric Laboratory of Applications and Science via The New York Times
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 17/02/2025 - 14:52
Monitoramento de Asteroide 2024 YR4: Possível Impacto em 2032
As chances de um asteroide atingir a Terra em 2032 estão sendo monitoradas por cientistas da Nasa e da Europa. A probabilidade de impacto do asteroide 2024 YR4 oscila,mas novas observações podem reduzir incertezas. Apesar do aumento temporário,a probabilidade ainda é baixa. Telescópios irão monitorar o asteroide até abril para determinar sua órbita com precisão. A Nasa e a ESA estão atentas,pois,se atingir a Terra,o impacto seria destrutivo. A incerteza sobre sua órbita gera possíveis locais de impacto em diversas regiões. Por enquanto,não há motivo para preocupação,mas o monitoramento continuará.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Desde dezembro,astrônomos vêm estudando cuidadosamente se um asteroide com comprimento entre 40 e 90 metros pode atingir a Terra em menos de oito anos. E,no geral,as chances parecem estar aumentando. Em 29 de janeiro,a probabilidade de o asteroide 2024 YR4 atingir nosso planeta em 22 de dezembro de 2032 era de 1,3%. Depois,subiu para 1,7% em 1º de fevereiro,antes de cair para 1,4% no dia seguinte.
'Corredor da Morte': Cientista da Nasa mostra locais específicos onde meteoro 2024 YR4 pode cairChances aumentaram? Asteroide recém-descoberto tem risco de colisão com a Terra na próxima década
Na quinta-feira,saltou para 2,3%,antes de diminuir ligeiramente para 2,2% na sexta-feira. Isso equivale a uma chance de 1 em 45 de impacto (mas também a uma chance de 44 em 45 de não impacto). Para muitos,isso é inquietante. Mas o que parece assustador é,na verdade,um comportamento típico de asteroides recém-descobertos próximos à Terra.
— É verdade que a probabilidade de impacto dobrou recentemente,mas isso não significa que continuará dobrando — disse Davide Farnocchia,engenheiro de navegação do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa,na Califórnia,que supervisiona os programas responsáveis por esses cálculos orbitais: — O que importa é que a probabilidade de impacto é muito pequena e que,à medida que continuarmos observando o 2024 YR4,ela provavelmente cairá para zero.
Duas organizações principais estão envolvidas no cálculo dessas probabilidades de impacto: o centro da Nasa onde Farnocchia trabalha e o Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra,na Itália,que faz parte da Agência Espacial Europeia (ESA). Esses grupos funcionam como cartógrafos do espaço próximo à Terra,monitorando regiões do mapa cósmico onde podem marcar “aqui há dragões” — neste caso,asteroides ou cometas potencialmente perigosos.
Quando um asteroide (ou cometa) é descoberto,ambos os centros usam softwares automatizados de dinâmica orbital (Scout e Sentry,da Nasa,e Meerkat e Aegis,da ESA) para analisar as observações disponíveis do objeto.
Ao traçar as muitas órbitas futuras possíveis do asteroide,algumas podem indicar um impacto com a Terra. Mas muitas dessas órbitas se afastam do planeta,mantendo a probabilidade de impacto baixa. É como se o asteroide tivesse um amplo feixe de luz à sua frente,no qual a Terra está inicialmente incluída — mas também grande parte do espaço ao redor.
À medida que mais observações são feitas,esse feixe de possíveis órbitas encolhe. Os casos mais extremos são descartados. Mas,se a Terra ainda estiver dentro desse feixe,ela ocupará uma proporção maior nele.
— A Terra agora cobre uma fração maior da incerteza,e,por isso,a probabilidade de impacto aumenta — explicou Farnocchia.
Isso pode continuar acontecendo por um tempo enquanto novas observações são feitas.
— É por isso que a probabilidade de impacto sobe — disse Juan Luis Cano,engenheiro aeroespacial do Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra: — Pouco a pouco,ela cresce. E isso explica as flutuações nas chances de impacto do 2024 YR4.
Às vezes,como no caso do 2024 YR4,as probabilidades podem oscilar ligeiramente. Isso acontece porque a qualidade de algumas observações pode ser melhor ou pior que outras,o que pode alterar um pouco o conjunto de órbitas previstas.
— Tudo isso é esperado — disse Farnocchia.
Normalmente,observações adicionais reduzem significativamente a incerteza orbital,e a Terra sai dessa trajetória — fazendo com que as chances de impacto caiam para zero. A humanidade terá que esperar para ver se o mesmo acontecerá com o 2024 YR4.
Os telescópios poderão observar o 2024 YR4 até abril,quando ele ficará muito distante e fraco para ser visto novamente até uma nova passagem pela Terra em 2028. Até abril,é provável que os astrônomos tenham coletado observações suficientes ao longo de vários meses para determinar sua órbita com precisão e,assim,concluir que nenhum impacto ocorrerá em 2032.
— As pessoas não devem se preocupar neste momento — disse Cano.
Ainda assim,a Nasa e a ESA estão levando o 2024 YR4 a sério.
— Embora a probabilidade de impacto seja pequena,ela é maior do que normalmente encontramos em outros asteroides — afirmou Farnocchia.
Se esse asteroide atingisse a Terra,liberaria uma força destrutiva semelhante à de uma bomba nuclear. E a incerteza atual sobre sua órbita futura também significa que os possíveis locais de impacto incluem uma mistura de áreas desabitadas,pouco povoadas e densamente povoadas: o leste do Oceano Pacífico,o norte da América do Sul,o Oceano Atlântico,partes da África,o Mar da Arábia e o sul da Ásia.
É improvável que o 2024 YR4 esteja em rota de colisão. Mas,como Farnocchia destacou:
— Nós não escolhemos quando será o próximo impacto significativo de um asteroide. Simplesmente não queremos correr riscos,então continuaremos monitorando o 2024 YR4.
E,se ele realmente se tornar uma ameaça,talvez seja a hora de a Terra reunir suas defesas contra asteroides.