Abraão x Sessim: disputa entre primos surge como pano de fundo em ação da PF que mirou prefeito de Nilópolis; entenda

2025-02-14 IDOPRESS

Abraão David Neto,prefeito de Nilópolis,e o primo Sérgio Sessim,ex-prefeito da cidade — Foto: Fotos de arquivo

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GERADO EM: 13/02/2025 - 19:00

Disputa política em Nilópolis: primos envolvidos em escândalo na Beija-Flor

Disputa entre primos em Nilópolis envolve prefeito,Abraão,e ex-prefeito,Sessim,por controle político e da escola de samba Beija-Flor. Ação da PF investiga compra de votos em eleições de 2024,envolvendo esquema complexo. Abraão nega acusações e destaca transparência em sua gestão.

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Alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira,o prefeito de Nilópolis (RJ),Abraão David Neto,protagoniza uma disputa pelo espólio eleitoral das famílias Abraão e Sessim e pelo controle da escola de samba Beija-Flor,sediada no município da Baixada Fluminense gerido por ele e sob influência de seus parentes há mais de cinco décadas. Sobrinho do bicheiro e patrono da escola Aniz Abrão David,conhecido como Anísio,Neto vem brigando por espaço com o primo,o ex-prefeito da cidade Sérgio Sessim,após o vácuo deixado por lideranças políticas mais velhas do clã.

Sobrinho de bicheiro: Prefeito de Nilópolis é alvo de operação da PF por compra de votosIncluindo três militares: PF prende 24 pessoas por compra de votos em Nilópolis,na Baixada

A contenda teve início após a morte de Farid Abraão,irmão de Anísio,em 2020,em decorrência da Covid-19. Na época,ele comandava o município e dividia parte do poder político do grupo com o ex-deputado federal Simão Sessim,primo do bicheiro. Simão também morreu no ano seguinte,aos 85 anos,no contexto da pandemia.

Após as mortes,os primos Abraãozinho e Sérgio Sessim romperam por ressentimentos mútuos,explicam pessoas próximas à família. No centro das mágoas,está a renomeação do Parque Natural Municipal de Gericinó,na Baixada,com o nome de Farid,em 2022. A decisão desagradou o clã dos Sessim,porque Simão foi o responsável pela articulação em Brasília para a criação da área. Pelo lado dos Abraão,pesa o descontentamento de alianças feitas pelos Sessim na Câmara Municipal,fortalecendo a oposição a Neto.

A árvore genealógica dos Abraão e dos Sessim — Foto: Editoria de Arte

A disputa entre os dois grupos estava prevista para acontecer também nas urnas no ano passado,quando Sessim ensaiou uma candidatura própria para enfrentar o primo. Na época,ele se filiou ao PT,que integra uma federação com o PCdoB e o PV,e teria conseguido atrair MDB,PDT e PRD. Segundo interlocutores,ele também tentou negociar com a federação PSOL-Rede,que optou posteriormente pelo lançamento da candidatura de Marcos Lopes (PSOL).

Com a aproximação da convenção eleitoral do diretório municipal do PT do ano passado,porém,Sérgio Sessim abriu mão sua candidatura em nome do apoio ao nome do empresário Rogério Ribeiro (MDB),filho do então presidente da Câmara Municipal Zé Ribeiro (PL). Em troca,Sérgio apoiou a indicação do próprio filho,o médico Saulo Sessim (Solidariedade),como vice da chapa. O plano seria unificar a oposição a Abraãozinho em uma frente única. À época,pesquisas de intenções de voto apontaram que Rogério tinha mais viabilidade eleitoral,mas a chapa terminou em segundo lugar.

Na noite de véspera do primeiro turno,uma operação da PF foi deflagrada para apurar suspeitas de compra de votos no município ligadas à campanha de Abraãozinho. Na ocasião,24 pessoas foram presas em flagrante,além da apreensão de R$ 63 mil em espécie,de um carro adesivado com propaganda do candidato e de uma pistola com dois carregadores. Representantes da chapa derrotada também ingressaram com pedidos de investigação do grupo político de Abraãozinho na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico.

Após a primeira fase da operação,investigadores identificaram "um complexo esquema de corrupção eleitoral operado na cidade de Nilópolis durante as eleições municipais de 2024,o qual envolvia o uso de candidaturas laranjas e uma rede de apoio que se estendia a servidores públicos e políticos locais".

Segundo a PF,na residência do principal alvo da ação desta quinta-feira,localizada em Nilópolis,foram encontrados R$ 172 mil em espécie. Em um segundo endereço,no Recreio dos Bandeirantes,na Zona Oeste da capital fluminense,foi encontrado um carro do modelo Shelby Cobra VB 302,avaliado em R$ 200 mil em sites de colecionadores. De acordo com investigadores,também foram apreendidos celulares,mídias e documentos diversos.

Em nota,Abraãozinho nega as acusações e afirma "que tem 21 anos de vida pública,foi quatro vezes vereador em Nilópolis e acaba de ser reeleito prefeito de sua cidade natal". Ainda segundo ele,a "eleição foi feita com muita transparência". O prefeito também disse que está à disposição para esclarecimentos na Justiça.

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