Na onda da reforma ministerial, Centrão e oposição miram cargos da Petrobras

2025-02-14 IDOPRESS

Presidente Lula e Presidente da Petrobras,Magda Chambriard — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Não é só a reforma ministerial que está movimentando o Centrão em Brasília. Lideranças do Congresso,incluindo as da oposição,querem aproveitar a onda de mudanças esperada no governo Lula para emplacar apadrinhados também na Petrobras.

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Embora a atual presidente da companhia,Magda Chambriard,esteja no cargo há oito meses,ela não trocou todos os diretores quando assumiu,e em Brasília se espera que ela faça as substituições em breve – de preferência por seus aliados.

Essas diretorias – de Logística,de Transição Energética e até a de Compliance,em que o titular é escolhido por lista tríplice formada por uma empresa de recrutamento – agora estão na mira dos políticos que orbitam em torno da empresa.

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Os três cargos estão nas mãos de executivos que Magda já pretendia trocar no início da sua gestão – Claudio Schlosser,Maurício Tolmasquim e Mário Spinelli,respectivamente.

Os presidentes da Petrobras desde o primeiro governo Lula

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José Eduardo Dutra foi presidente da Petrobras de 2 de janeiro de 2003 a 22 de julho de 2005,no primeiro mandato de Lula — Foto: Aílton de Freitas/Agência O Globo

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Sérgio Gabrielli foi nomeado presidente da Petrobras no segundo mandato de Lula e continuou no comando da empresa até fevereiro de 2013,já no governo de Dilma Rousseff. No seu mandato,a estatal segurou os preços dos combustíveis — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

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Maria da Graça Foster foi presidente da empresa de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015,no governo de Dilma Rousseff — Foto: Divulgação/Agência Petrobras

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Aldemir Bendine foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Dilma Rousseff. Ficou no comando da empresa de 6 de fevereiro de 2015 a 30 de maio de 2016. Foto Givaldo Barbosa/Agência O Globo

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Pedro Parente foi presidente da Petrobras de 30 de maio de 2016 a 1 de junho de 2018,no governo de Michel Temer. Sob sua gestão,a estatal mudou seu estatuto e ampliou as regras de governança. Ele estava no comando da empresa durante a greve dos caminhoneiros — Foto: Jorge William/Agência O Globo

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Ivan Monteiro sucedeu Parente quando este saiu após a greve dos caminhoneiros. Monteiro ficou à frente da Petrobras também no governo de Michel Temer,de 1 de junho de 2018 a 3 de janeiro de 2019 — Foto: Márcio Alves/Agência O Globo

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Roberto Castello Branco comandou a empresa no início do governo Bolsonaro e deixou a presidência da Petrobras em abril de 2021,após desgaste com o presidente em meio a reajustes de combustíveis. Ele foi indicado por Guedes — Foto: AFP

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Joaquim Silva e Luna assumiu a presidência da empresa em 16 de abril de 2021 e foi demitido por Bolsonaro,segundo integrantes do governo,em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis,e depois de críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal — Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

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Quarto presidente da Petrobras nomeado por Jair Bolsonaro,José Mauro Ferreira Coelho renunciou após forte pressão do presidente e do Congresso. Ele havia sido demitido após 40 dias.— Foto: PR

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Caio Paes de Andrade,ex-secretário de Desburocratização de Guedes,assumiu a presidência da Petrobras em junho de 2022 — Foto: Divulgação

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Escolhido pelo presidente Lula,Jean Paul Prates presidiu a estatal de janeiro de 2023 a maio de 2024 — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

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Depois de um processo tenso com a demissão de Prates,Magda Chambriard foi escolhida para dirigir a Petrobras a partir de maio de 2024 - Foto: Ana Paula Paiva / Valor

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Publicidade Desde o primeiro governo de Lula,empresa teve onze presidentes. Magda Chambriard é a 12º

Até onde se sabe,porém,Magda resiste,e tem afirmado a interlocutores que não vai abrir espaço para o Centrão na empresa. A CEO até já abriu espaço para indicações políticas na estatal no ano passado,como mostramos no blog,mas o movimento foi restrito ao PT e a sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

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A diretoria mais cobiçada é a de Logística – antiga divisão de Abastecimento,que esteve no centro dos escândalos do Petrolão,loteada pelo PP e o então PMDB,e comandada por Paulo Roberto Costa e sob o controle de lideranças políticas à época como José Janene (PP),morto em 2010,e Eduardo Cunha (PMDB).

De olho no cargo estão os deputados Altineu Côrtes (RJ) e João Carlos Bacelar (BA) – egressos desse grupo político,eles agora estão no PL de Jair Bolsonaro,e mesmo assim vez por outra pleiteiam espaço na Petrobras,alegando que um terço da bancada do partido vota com o governo no Congresso.

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De acordo com fontes da Petrobras,eles têm mandado recados para o governo por meio de deputados ligados a Lula,e esses recados chegaram à cúpula da companhia. Tanto na petroleira como no Planalto contam que,na gestão de Jean Paul Prates,eles tentaram indicar apadrinhados para gerências executivas subordinadas à diretoria de Logística. Não conseguiram.

Agora que passou a circular na Petrobras a informação de que Magda trocaria os diretores,novos recados chegaram ao governo.

Interlocutores de Altineu,no entanto,negam qualquer relação do deputado com a disputa e atribuem o apetite pela Petrobras à ala mais governista do PL,citando nominalmente Bacelar como o responsável pela pressão.

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Ainda segundo esses mesmos aliados,Bacelar,que é da Bahia e próximo do ministro da Casa Civil,Rui Costa – um dos fiadores da indicação de Magda em 2024 – considera que teria direito a pleitear algum espaço. Bacelar,também nega qualquer intenção de controlar a diretoria.

Em nota enviada à equipe da coluna,ele afirmou que “o diretor que está prestes a ser demitido está usando indevidamente o nome do deputado e do PL para prejudicar alguns funcionários da empresa. Não existe nenhuma articulação da parte do deputado e do PL no sentido de ocupar cargos no governo ou Petrobras”.

Nossa mensagem a Bacelar,não mencionava nenhuma diretoria específica.

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No caso das outras diretorias na mira dos políticos – Transição Energética e Compliance –,quem gostaria de ampliar sua influência na empresa é o ministro de Minas e Energia,Alexandre Silveira,do PSD.

Ele indicou conselheiros e também integrantes dos comitês internos por onde passam assuntos estratégicos para a companhia,mas tem interesse em projetos ligados à diretoria de Tolmasquim,que está sempre cotado para ser substituído.

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Mas a CEO da Petrobras,que já cogitou tirar Tolmasquim do cargo,por enquanto tem tentado segurá-lo no cargo para não ter que colocar alguém do Centrão no posto.

O único diretor que de fato deixará a Petrobras em breve é Mário Spinelli,de Compliance,que tem mandato fixo de dois anos terminando em abril e não pretende pleitear a renovação.

Consultada pela equipe da coluna,a Petrobras não se manifestou.

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