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Colisão de avião com caminhonete no Galeão poderia ter consequências graves, alerta especialista
2025-02-13
HaiPress
Passageiros são retirados de avião da Gol que bateu em um carro de manutenção durante decolagem no Galeão — Foto: Reprodução / redes sociais
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 12/02/2025 - 22:00
Colisão inusitada no Galeão: Especialista alerta para gravidade do acidente
Especialista alerta para gravidade de colisão de avião com caminhonete no Galeão. Acidente inusitado poderia ter sido fatal. Engenheiro destaca falhas de comunicação e segurança. Autoridades investigam causas. Passageiros relatam susto e alívio por não haver feridos graves. Dúvidas persistem sobre responsabilidades e protocolos de segurança.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Engenheiro especialista em riscos e segurança,Geraldo Portela diz poderiam ter sido graves as consequências do acidente com um avião da Gol com destino a Fortaleza (CE) que colidiu,na noite de terça-feira,com um veículo de manutenção quando se preparava para decolar do Aeroporto Internacional Tom Jobim,o Galeão. Ele vê falhas tanto por parte de quem determinou que fosse feito um serviço na pista sem que o fato fosse devidamente comunicado como da torre de controle do Galeão.
Acidente inusitado. Avião destruiu completamente cabine do carro de manutenção após batida durante decolagem no Galeão; veja imagensPeixão. Traficante mais procurado do Rio foge da polícia após operação que fechou Avenida Brasil e deixou quatro baleados
— Ambos erraram. Foi uma sucessão de erros. Só com autorização um carro só poderia cruzar a pista de decolagem,ainda mais a principal como foi o caso,que é muito restrita,um local sagrado. E como quem estava na torre de controle não viu um carro na pista e autorizou a decolagem? Há câmeras — questiona Portela,que trabalhou na construção dos terminais de passageiros 1 e 2 e de cargas do Tom Jobim.
Segundo o especialista,quando uma aeronave atinge uma determinada velocidade e dependendo do tamanho da pista — o que varia —,o piloto não pode mais abortar o voo. Ou seja,tem que decolar.
— Mesmo que o avião estivesse quebrado e até pegando fogo,em determinadas ocasiões o avião não tem como frear — diz ele,lembrando o acidente em 2000 com o Concorde da Air France,que,mesmo incendiado,teve que decolar,caindo em seguida no aeroporto Charles de Gaulle,em Paris,matando mais de cem pessoas.
Portela explica ainda que o avião da Gol poderia ter pegado fogo se,na colisão,tivesse o tanque e a mangueira de combustível atingidos:
— Chamaria de um acidente que adverte. Poderia ser de grande potencial,com perdas de vidas humanas. O que graças a Deus não aconteceu.
'Trombamos com um carro no meio da pista'
Os dois funcionários que estavam no carro sofreram escoriações,receberam atendimento médico no próprio aeroporto e foram liberados. Os 105 passageiros e seis tripulantes do voo 1674 tiveram que desembarcar da aeronave ainda na pista. A concessionária RIOGaleão informou que o acidente não afetou a operação do aeroporto.
Equipes do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III),órgão do Ministério da Aeronáutica,estiveram no Galeão,para fazer perícia e apurar as causas do acidente. O caso também é investigado pela Polícia Federal.
A RIOGaleão não informou o que o carro fazia na pista. Fontes do RJ2,da TV Globo,disseram que o veículo da Predial,empresa que presta serviços à RioGaleão,levava funcionários para fazer a manutenção das luzes da pista,que servem para guiar os pilotos e que,na aviação,são chamadas de balizadores.
Após a batida,um dos pilotos do avião comunicou o que havia acontecido à torre de controle: “Gol 1674 abortou decolagem. Tinha um carro no meio da pista”,disse o comandante. “Trombamos num carro do meio da pista”,continuou. A controladora de tráfego aéreo pergunta se foi na mesma pista,e o outro piloto confirma: “No eixo da pista”.
Átilla de Oliveira,procurador do estado do Ceará,passageiro que estava no avião,contou que filmava a decolagem quando ouviu um barulho e sentiu o tranco:
— O voo não estava tão lotado. Estava próximo da metade da pista. Deu um barulho bem grande e um sopapo,e imediatamente o piloto começou a frear a aeronave. A gente ficou achando que o motor tinha explodido,o pneu tinha furado,algo assim.
Segundo ele,os bombeiros chegaram logo depois:
— Veio uma equipe dos bombeiros,jogou água no avião,e fomos informados de que havia sido uma colisão com uma viatura que estava na pista. Depois que saímos do avião,não deu para ver nenhum estrago. Inicialmente,as pessoas ficaram apavoradas. Depois,todo mundo deu graças a Deus por não ter acontecido nada sério e estar vivo.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a cabine da caminhonete Chevrolet S10 completamente destruída pelo Boeing 737 Max que acelerava para decolar. Na colisão,a aeronave teve a fuselagem e o trem de pouso danificados.
O Galeão tem duas pistas principais,com duas cabeceiras cada. O acidente aconteceu na pista 10,a maior delas,com quatro mil metros de extensão.
O que falta esclarecer
Há muitas dúvidas a esclarecer sobre o acidente de terça-feira. Quem deu a ordem para que a manutenção fosse feita é uma delas. Outras são o tipo de serviço e quem deu autorização para o veículo cruzar a pista de decolagem.
Também não foi explicado se a torre,apesar dos radares e câmeras,não viu que havia um carro na pista principal do Galeão. A torre só foi avisada de que havia uma caminhonete na área de decolagem após o piloto entrar em contato e informar que havia batido e tinha abortado a decolagem? Os radares e as câmeras não estavam funcionando? são mais perguntas que ainda estão no ar.