Amiga de turista que morreu ao entrar por engano em favela desiste de passar réveillon no Rio e volta para São Paulo

2024-12-31 IDOPRESS

Diely foi baleada e morreu quando estava no carro de aplicativo — Foto: Reprodução

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GERADO EM: 30/12/2024 - 16:32

Turista morta em favela: Amiga desiste do Rio.

Amiga de turista morta em favela ao entrar por engano desiste de réveillon no Rio e volta para SP. Vítima Diely,34 anos,foi baleada no pescoço; motorista de app também foi atingido. Delegacia investiga. Família questiona segurança na cidade. Caso semelhante com turista argentino em dezembro.

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A melhor amiga da gerente contábil Diely da Silva Maia,de 34 anos,que estava com a vítima no carro no momento em que ele foi alvejado por criminosos ao entrar por engano em uma comunidade,em Vargem Pequena,na Zona Oeste do Rio,desistiu de passar o réveillon na cidade e voltou para São Paulo. Ela e a vítima,que moravam em Jundiaí,na Região Metropolitana de SP,desembarcaram na capital carioca no último sábado para comemorar as festas de fim de ano pelo segundo ano consecutivo. Segundo parentes de Diely,a morte trágica da turista "deixou a amiga em choque".

Morta após carro de app entrar em comunidade por engano, turista estava no Rio para curtir segundo réveillon seguidoRéveillon no Rio: prefeitura prevê público maior,mais arrecadação e hotéis quase lotados

— Ela perdeu uma amiga e quase morreu. Ninguém fica normal depois de presenciar a morte da melhor amiga. É muito triste — afirmou uma tia de Diely ao GLOBO.

A familiar revelou ainda que os pais da vítima passaram o Natal com ela em São Paulo. Este teria sido o último contato deles com Diely.

— A mãe dela está arrasada. A família toda está arrasada. Todo mundo se reuniu aqui na casa dela para o sepultamento. Isso acabou com as forças da mãe dela — afirmou a tia da turista ao questionar a falta de segurança na cidade e a inércia do governo do Rio diante dos casos de violência:

Diely da Silva Maia,morta após o carro em que estava entrar por engano na comunidade da Fontela,em Vargem Pequena — Foto: Reprodução / Instagram

— A pergunta agora é: a morte dela fica por isso mesmo? Quem está por trás disso tudo? O que está por trás dessa falta de segurança? Essa violência não é normal. A Diely não é a única vítima. O governo diz que o Rio é uma cidade turística quando,na verdade,o Rio é uma cidade que mata inocentes. Não é possível que as autoridades não estejam vendo que pessoas inocentes estão morrendo todos dias. Isso não é normal — desabafou a tia da vítima.

Motorista morava há três meses na cidade

O motorista que dirigia o carro onde estava Diely da Silva Maia estava no Rio há pouco mais de três meses. Parentes de Anderson Sales Pinheiro contaram ao GLOBO que ele é natural de Pernambuco e veio para a cidade em agosto passado para trabalhar como motorista de aplicativo. Ainda de acordo com familiares,Anderson não conhecia a região em que o carro foi alvejado e não sabia que o local era dominado por criminosos.

Diely da Silva Maia,em Vargem Pequena — Foto: Reprodução

Diely da Silva morreu poucas horas após desembarcar na cidade. A vítima veio comemorar o réveillon pelo segundo ano consecutivo. Vinda de Jundiaí,na Região Metropolitana de São Paulo,a gerente contábil estava acompanhada por uma amiga e havia solicitado uma corrida por aplicativo na Rua Célio Fernandes dos Santos Silva,no Recreio,Zona Oeste da cidade,pouco depois das 22h.

Anderson Sales aceitou a corrida que tinha como destino o bairro da Gávea,na Zona Sul. O trajeto,seguido pelo GPS,levou o veículo à Rua Caminho do Fontela,na comunidade do Fontela,uma área dominada por criminosos do Comando Vermelho. Após percorrer 600 metros por cerca de três minutos,o carro foi alvejado por dois homens armados.

Diely da Silva Maia,em Vargem Pequena — Foto: Reprodução

Pelo menos três disparos atingiram o carro. Um dos tiros atravessou o pescoço de Diely,que não resistiu os ferimentos e morreu no local. Anderson foi baleado nas costas,sem gravidade,e levado ao Hospital Lourenço Jorge,na Barra da Tijuca. Ele já foi liberado. A amiga de Diely,que estava no banco traseiro ao lado da vítima,não foi atingida. 

Em depoimento à polícia,Anderson contou que não ouviu nenhum pedido de parada e também não percebeu a chegada dos homens armados.

Em nota,a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) informou que agentes estão em diligências para identificar a autoria e esclarecer os fatos. E que o motorista,após ser liberado do hospital,prestou depoimento.

Casos semelhantes

No dia 12 de dezembro,o turista argentino Gastón Fernando Burlón,de 51 anos,foi baleado na cabeça no Rio Comprido,na Zona Norte,após entrar por engano com seu carro em um dos acessos ao Morro do Escondidinho. Em comunicado publicado no jornal Clarín,Nádia Loza,de 43 anos,relatou o momento do crime.

O argentino Gaston Fernando Burlon,baleado no Morro dos Prazeres — Foto: Reprodução / Facebook

— No nosso primeiro dia de passeio pelo Rio,Gastón dirigia um veículo alugado e seguimos para o Cristo Redentor. Ao lado dele estava Agustín,seu filho mais velho,e,atrás,Santiago,filho mais novo,Micaela,namorada de Agustín,e eu — contou Nádia em entrevista na semana passada.

A mulher relatou que,juntos,seguiram as indicações do GPS e,por volta das 14h30,entraram em uma rua estreita e íngreme de Santa Teresa,onde não viram “nada fora do comum”:

— Surpreendentemente,duas pessoas apareceram apontando armas para nós de ambos os lados e dispararam quatro tiros,fazendo-nos perder o controle do carro e bater contra uma parede — descreveu.

Logo em seguida,os filhos da vítima se desesperaram. O mais velho de chegou a sair do carro e os confrontou: “Vocês mataram meu pai!”,gritou.

Gáston estava internado em estado grave no Hospital municipal Souza Aguiar,no Centro do Rio. A família do turista,no entanto,por medo,solicitou que a Secretaria municipal de Saúde não divulgasse mais informações sobre o estado de saúde dele. A polícia ainda investiga o caso.

Caso Eloah Santos: veja como ficou a casa da menina de 5 anos morta por bala perdida

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Lençol sobre o qual Eloah Santos brincava ao ser atingida — Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades

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Projétil que matou Eloah Santos passou pela janela da casa da família — Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades

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Casa de Eloah Passos,criança morta por bala perdida no Morro do Dendê,na Ilha do Governador — Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades

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A casa da janela de Eloah Passos tem vista para a rua onde acontecia uma manifestação

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Eloah Santos,de 5 anos,é a 15ª criança morta por bala perdida no Rio,em dois anos

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A avó de Eloah,Simone,e o tio,Robson,no enterro da menina Eloah Santos

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Publicidade O portal Voz das Comunidades fez registros em fotos e vídeo

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