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Preocupação com impostos cresce e leva percepção de que Brasil está ‘na direção errada’ ao maior patamar desde 2022
2024-11-30 HaiPress
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) durante entrevista à imprensa no Palácio do Planalto — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 29/11/2024 - 19:11
Brasileiros preocupados com direção do país
Pesquisa do Ipsos revela preocupação dos brasileiros com a direção do país,principalmente devido à situação econômica. Aumento da inquietação com impostos e desigualdade social. Impacto do pacote fiscal de Fernando Haddad. Brasil também se destaca globalmente nas preocupações com impostos e desigualdade. Argentina enfrenta aumento do desemprego. Pesquisa realizada com mais de 23 mil pessoas em 29 países.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Seis em cada dez brasileiros avaliam que o país está caminhando “na direção errada”,segundo revela nova edição da pesquisa ‘What Worries the World’,do instituto Ipsos. A taxa de 61% que pensam assim supera em três pontos percentuais o índice de outubro e se torna a mais elevada registrada desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência. Quando Jair Bolsonaro (PL) deixou o Planalto,em dezembro de 2022,eram 70% os que viam o Brasil em marcha à ré.
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A pesquisa indica que o descontentamento está diretamente ligado à percepção que os brasileiros têm sobre a situação econômica do país. Só 35% afirmam que o cenário atual é “bom”,enquanto 65% pensam o oposto — três pontos percentuais a mais que outubro,e cinco a mais que há um ano.
Dentre os temas que mais tiram o sono da população,a pobreza e desigualdade social é a segunda mais citada (por 38%),atrás apenas de crimes e violência (42%). Essa preocupação com a falta de dinheiro das famílias avançou sete pontos percentuais em um mês,ultrapassando numericamente a taxa dos que dizem que a saúde pública é um dos principais problemas do país (37%).
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Também cresceu a preocupação com os impostos,tema que em outubro era citado por 20% dos participantes da pesquisa e que agora é considerado crítico por 26%. De acordo com o CEO do Ipsos,Marcos Calliari,esse aumento é influenciado pelo noticiário a respeito do pacote fiscal anunciado nesta semana pelo ministro da Fazenda,Fernando Haddad:
— Os impostos são uma preocupação comum em meses próximos à virada de ano pela proximidade com a época de taxas que pesam consideravelmente no orçamento da população,como IPTU e IPVA. A pauta também segue forte na mídia com as discussões sobre os impostos sobre pets e a taxação das grandes fortunas.
Dentre as 29 nações que integram a pesquisa,apenas as populações da Bélgica e do Japão manifestam um nível mais elevado de preocupação com a cobrança de impostos do que os brasileiros (o tema é citado por 37% dos europeus,e por 31% dos asiáticos).
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O Brasil também supera a média global em relação à angústia de sua população a respeito da pobreza e desigualdade social: é o quinto do ranking,atrás somente de Indonésia,Argentina,Hungria e Tailândia.
No país vizinho,há sinais de que a política econômica de Javier Milei tem conseguido criar um ‘feel-good factor’ a partir do controle da alta dos preços e do dólar. Em 12 meses,despencou em 29 pontos percentuais a taxa dos que dizem se preocupar com a inflação,hoje em 39% (contra 24% no Brasil).
Por outro lado,o temor em relação ao desemprego cresceu conforme subiu também o número de argentinos desempregados. Hoje,49% da população do país diz ter esse temor,a maior taxa da América Latina.
A pesquisa “What Worries the World” foi realizada por meio de um painel on-line aplicado a 23.320 pessoas de 29 países,no período de 25 de outubro a 8 de novembro. No Brasil,foram cerca de mil respondentes entre 16 e 74 anos.
O Ipsos pondera que,no país,a amostra não corresponde necessariamente a um retrato da população geral,mas sim a uma parcela “mais conectada” dos brasileiros: mais concentrada em centros urbanos,com maior poder aquisitivo e nível educacional mais elevado que a média nacional. A margem de erro é estimada em 3,5 pontos percentuais para mais ou menos.