Como o Brasil contornou a resistência da Argentina e do G7 e o que acontece hoje no G20

2024-11-19 HaiPress

Países do G7 pressionam,mas Brasil resiste em reabrir texto da declaração do G20 sobre guerra na Ucrânia — Foto: Ludovic MARIN / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 19/11/2024 - 07:42

Brasil lidera diplomacia climática no G20

O Brasil supera resistências da Argentina e do G7 no G20 em prol do combate à mudança climática. Diplomacia eficaz contorna impasses,garante acordos e destaca-se na presidência do G20,consolidando avanços globais. Destaque para a Aliança Global contra a Fome e Pobreza.

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Hoje o grande tema do G20 será o combate à mudança climática. O assunto já está no Comunicado Conjunto,então o que será hoje? Perguntei isso aos diplomatas hoje cedo e eles contaram que querem fortalecer os compromissos dos países de terem novas metas nacionais mais fortes. O presidente Lula dirá que já divulgou suas novas metas (NDCs) e já combinou de passar para um outro país que também anunciará as metas. Este país será o Reino Unido. A partir daí farão convocação a outros países.

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— Vamos trabalhar com a ideia de que o Rio não é Baku. Ou seja não queremos substituir o que acontece agora na COP29 - me disse um diplomata.

Mas na verdade o Brasil já estará trabalhando para aumentar a possibilidade de que Belém,a COP 30,dê certo.

Ontem foi um dia intenso. Com muita estratégia diplomática foram resolvidos os dois grandes problemas. De um lado a Argentina,de outro a G7 bloqueando a divulgação do Comunicado Conjunto. E o que o Brasil fez?

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Primeiro em relação a Argentina,foi negociado que o presidente Javier Milei falaria de novo deixando claro seus pontos de discordância. Tudo coreografado,Lula passou a palavra para Milei que fez seus pontos. Não concordava com os artigos que tratavam da ação do Estado para combater a fome,com a referência à igualdade de gênero,com a menção à taxação do super-ricos,e também é contra metas de combate à mudança climática. Ele fez seu discurso,e o governo argentino soltou uma nota em Buenos Aires. Assim atendido,ele assinou a declaração em nome do “consenso”. Os brasileiros,com jeitinho,mostraram que ele estava ficando isolado e impedindo o Comunicado.

No caso do G7,a grande briga era encabeçada principalmente por Estados Unidos e França. Eles queriam reabrir o comunicado já fechado. Se abrisse seria uma vespeiro e talvez não fechasse mais. E seria um fracasso. O Brasil fez pé firme. Não reabriu e foi negociando retoques. Ao fim as palavras “infraestrutura”,no artigo sétimo,e “especificamente”,no artigo 9,satisfizeram os resistentes. Achavam que assim ficava mais forte a referência à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

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Desta forma o dia terminou com sucesso para o Brasil. É bom lembrar que as últimas duas presidências do G20,Índia e Indonésia,tiveram resultados fracos. Naquelas reuniões,em 2022 e 2023,houve declaração final,mas não houve declaração a nível ministerial. E foram esses compromissos a nível ministerial que deram consistência ao que foi decidido no Comunicado Final do Rio. Na Índia e na Indonésia,toda vez que se discutia um tema entre os ministros,vários países diziam que não podiam assinar nada se não houvesse condenação à Rússia. A estratégia brasileira foi contornar isso,e dizer sempre que esse assunto seria tratado na cúpula. Foi limpando o caminho e conquistando vitórias. A maior de todas foi a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. E de novo foi preciso a diplomacia brasileira suar a camisa e convencer Milei de que ele ficaria sozinho,fora da Aliança.

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