Preso por tráfico sexual:como ex-CEO aliciava, drogava e abusava de jovens modelos em 'testes do sofá' para Abercrombie

2024-10-23 HaiPress

Mike Jeffries — Foto: Reprodução/X

RESUMO

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GERADO EM: 23/10/2024 - 04:01

Ex-CEO da Abercrombie & Fitch Preso por Tráfico Sexual

Ex-CEO da Abercrombie & Fitch,Mike Jeffries,é preso por tráfico sexual de jovens modelos em 'testes do sofá'. Acusado de aliciamento,drogas e abusos em esquema internacional. Investigações revelam dezenas de vítimas e gastos milionários na operação criminosa. Promotores alertam sobre coerção e violência nas práticas. Jeffries e cúmplices enfrentam múltiplas acusações,enquanto empresa promete investigação independente.

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O ex-CEO da Abercrombie & Fitch Mike Jeffries,seu parceiro Matt Smith e um terceiro homem,Jim Jacobson,conduziram "um negócio internacional de tráfico sexual e prostituição" e gastaram "milhões" para manter a infraestrutura criminal por mais de seis anos,entre dezembro de 2008 e março de 2015. Os três homens foram presos nesta terça-feira e vão responder a mais de uma dúzia de acusações.

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De acordo com as investigações,conduzidas pelo FBI e pela Unidade de Vítimas Especiais da Polícia de Nova York,Mike Jeffries se aproveitou de sua posição de CEO da empresa para aliciar jovens para encontros sexuais,sob a promessa de que poderiam se tornar modelos da marca.

— Indivíduos poderosos por muito tempo traficaram e abusaram para seu próprio prazer sexual de jovens com poucos recursos e um sonho: o sonho de garantir uma carreira de sucesso na moda ou entretenimento — disse procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York,Breon Peace,em entrevista coletiva. — Para qualquer um que pense que pode explorar e coagir outros usando o chamado sistema de "teste do sofá",este caso deve servir como um aviso. Prepare-se para trocar esse sofá por uma cama em uma prisão federal.

Os investigadores apuraram que,entre o fim de 2008 e o início de 2015,Jeffries e Smith "pagaram dezenas de homens" para viajarem,pelos Estados Unidos e até para o exterior,"com o propósito de se envolvê-los em atos sexuais comerciais". Jacobson seria o principal intermediário do aliciamento e teria feito "testes" com candidatos em potencial — isto é,exigia que os jovens mantivessem relações sexuais com ele antes de serem encaminhados ao CEO e seu companheiro.

As investigações mostraram que as vítimas recebiam acordos de confidencialidade para assinar e tinham os celulares "apreendidos" para evitar vazamentos e relatos. Os jovens modelos eram dopados com "álcool,relaxantes musculares,lubrificante,Viagra" antes de serem abusados. A acusação destacou que as vítimas tiveram a integridade física violada,por meio do contato sexual invasivo com membros do corpo e objetos.

Jeffries,Smith e Jacobson usaram "força,fraude e coerção para traficar esses homens para sua própria satisfação sexual",apontaram os promotores,segundo quem as vítimas não foram informadas sobre o propósito dos "eventos" para os quais eram convidadas.

— Eles gastaram milhões de dólares em uma infraestrutura enorme para dar suporte a essa operação — disse Peace.

O procurador afirmou que ao menos 15 vítimas já foram identificadas. No entanto,os investigadores estimam que haja "dezenas e dezenas" de outros homens afetados pelo trio.

O advogado de Jeffries,Brian Bieber,disse à CBS News que "responderia em detalhes às alegações depois que a acusação fosse revelada,e quando apropriado,mas planeja fazê-lo no tribunal,não na mídia". O advogado de Smith,Joseph Nascimento,divulgou posicionamento semelhante.

Numa ação coletiva em que responde por tráfico sexual,Jeffries é acusado de atrair jovens para sua propriedade nos Hamptons,nos Estados Unidos,para supostas entrevistas de elenco. Os abusos também ocorriam em festas que organizaram em outros países,relataram fontes. Nos encontros,os homens eram coagidos a se despir,usar drogas e fazer sexo,inclusive um com os outros,sob "direção" do CEO.

Jeffries foi CEO da Abercrombie de 1992 a 2014,quando deixou a empresa com um pacote de aposentadoria estimado em US$ 25 milhões,de acordo com um processo ao qual teve acesso a mídia americana. A Abercrombie & Fitch disse que não comentaria a prisão,mas já alegara que faria uma investigação independente sobre os fatos. A companhia nega que a atual diretoria soubesse dos crimes.

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