Rival do Flamengo na Libertadores, Peñarol esbarra em dificuldade financeira e aversão à SAF; entenda cenário

2024-09-19 HaiPress

Peñarol é adversário do Flamengo nas quartas de final da Libertadores — Foto: Reprodução/Redes sociais

RESUMO

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GERADO EM: 19/09/2024 - 05:02

Peñarol luta para quebrar jejum na Libertadores com desafios financeiros e políticos.

O Peñarol enfrenta desafios financeiros e conservadorismo interno ao tentar quebrar jejum de quase 40 anos na Libertadores. Disparidades econômicas e políticas no futebol uruguaio dificultam reconstrução. Com Aguirre no comando,equipe busca ressurgir na competição,apostando em jogadores como Leo Fernández e Maximiliano Silvera. Apesar das dificuldades,Peñarol confia na tradição e na força da torcida para surpreender o Flamengo.

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Tri mundial e pentacampeão da Libertadores,o Peñarol não conquista o título continental há quase 40 anos. As glórias internacionais no passado contrastam com o jejum no presente. Desde que foi campeão pela última vez em 1987,os aurinegros só passaram das quartas quando foram finalistas em 2011. Para quebrar esse tabu,eles buscam desbancar o favoritismo do Flamengo para reassumir o protagonismo sul-americano,ao mesmo tempo que encontram barreiras no futebol uruguaio e dentro do próprio clube.

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Apesar da tradição da equipe uruguaia,as disparidades financeira e técnica com os principais times argentinos e brasileiros se sobressaíram ao longo do século XXI. Entre os motivos que levam a essa desvantagem competitiva,o contexto do futebol uruguaio é empecilho em uma possível tentativa de reconstrução do clube. Em um país com cerca de 3,5 milhões de habitantes,a circulação de dinheiro é naturalmente menor,o que se reflete nos valores das transferências nos mercados interno e externo.

Além das dificuldades econômicas,as brigas políticas fazem parte do cenário futebolístico no Uruguai. Uma delas é sobre os direitos de transmissão do campeonato nacional,que influenciam na divisão das receitas de cada clube. No caso,a empresa Tenfield,controlada pelo brasileiro-uruguaio Paco Casal,vive em constante “queda de braço” com o sindicato dos atletas,que pedem melhorias nesse “monopólio”,o que já causou greves e protestos dentro e fora de campo.

Por terem uma espécie de fixação pelo tradicionalismo,Peñarol e Nacional mostram uma aversão à SAF,o que,por outro lado,já virou realidade no futebol brasileiro. Somada à cultura enraizada,a permanência de uma estrutura política à moda antiga fortalece o conservadorismo nos bastidores dos clubes e,ao mesmo tempo,limita a possibilidade de um projeto de renovação.

— Os cartolas apenas aceitam que o dinheiro entre,mas jamais abrem mão da influência que carregam no poder. O então presidente Ignacio Ruglio pertence à gestão anterior,sendo que o pai dele já tinha governado o Peñarol. Lembra os clubes brasileiros de antigamente,que passavam de mão em mão ou alternavam de um grupo político para o outro — destaca Léo Lepri,jornalista do Grupo Globo.

Uma das razões que explicam a repulsa a novos modelos de gestão é a particularidade na relação entre torcida e clube. Lepri ressalta que os sócios-torcedores são vistos como donos da instituição,a ponto de participarem da vida política com o direito ao voto. Já,no Brasil,eles pagam somente uma mensalidade,o que dá benefícios,como a concorrência a ingressos,conforme o nível de cada plano.

Exemplo disso é que o Peñarol pretende faturar US$ 7 milhões com contribuições dos sócios em 2024,o que pode representar 25% da receita total do clube (US$ 39 milhões),de acordo com a previsão mais otimista do orçamento do clube.

Técnico Diego Aguirre é peça-chave na campanha do Peñarol na Libertadores de 2024 — Foto: Reprodução/Redes sociais

Embora o contexto aponte para uma realidade pouco atrativa economicamente,os Carboneros vêm retribuindo a paixão de mais de 85 mil sócios-torcedores nesta temporada. De eliminado com zero ponto (e saldo de gols -14) na Sul-Americana de 2023 às quartas de finais desta Libertadores,o ressurgimento da equipe aurinegra passa pelas mãos do ídolo Diego Aguirre,autor do gol do último título do Peñarol (1987) e técnico na campanha de finalista da competição continental (2011).

Logo depois que chegou ao final do ano passado,o treinador uruguaio perdeu o título uruguaio para o Liverpool,de Montevidéu. Mesmo após o baque do Peñarol seguir sem conquistar o campeonato nacional desde 2021,ele conseguiu dar a volta por cima ao colocar novamente o time no centro dos holofotes na América do Sul.

Entre os destaques do atual elenco,o meia Leo Fernández,ex-Fluminense,é o líder geral em assistências (5) na Libertadores e já marcou 16 gols em 34 partidas nesta temporada. Como o terceiro melhor ataque da competição,o atacante Maximiliano Silvera está na briga pela artilharia com seis gols em oito jogos até aqui. Além da produção ofensiva,o time de Aguirre é mais conhecido pela consistência defensiva,o que é uma das apostas para sair vivo do primeiro confronto diante do Flamengo,no Maracanã,e decidir no “caldeirão” do Campeón del Siglo.

— É bem difícil que o Peñarol surpreenda,mas tem o fator de jogar a segunda partida em casa. Não dá para tirar o peso e a tradição do clube,que tem uma identificação com competições internacionais. Se empatar ou,até mesmo,perder por um gol de diferença no Rio,o Peñarol tem totais condições de fazer o resultado no Uruguai,ainda mais com uma torcida sedenta para viver novamente grandes histórias — opina Lepri.

A última vez que Peñarol e Flamengo se enfrentaram foi pela fase de grupos da Libertadores de 2019,com uma vitória por 1 a 0 dos aurinegros em pleno Maracaña e um empate sem gols no Uruguai. À época,a segunda partida marcou a demissão de Abel Braga e a chegada de Jorge Jesus ao comando técnico do rubro-negro,o que levaria ao título continental naquele ano.

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