Maioria dos candidatos a prefeito em cidades no 'top 10' de queimadas ignora o tema em seus planos de governo

2024-08-27 HaiPress

Foto aérea mostra incêndio florestal em Novo Progresso,no estado do Pará — Foto: CARL DE SOUZA/AFP

RESUMO

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GERADO EM: 27/08/2024 - 03:31

Candidatos a prefeito omitem planos para combater queimadas

A maioria dos candidatos a prefeito nas cidades mais atingidas por queimadas não aborda o tema em seus planos de governo. Apenas 7 de 43 candidatos tratam da questão,com propostas que variam de capacitação de brigadas a medidas genéricas. Em Novo Progresso (PA),nenhum dos candidatos abordou o tema,focando em questões como legalização do garimpo. Medidas de combate aos incêndios são discutidas em outras cidades afetadas,enquanto o governo federal e ministros se mobilizam para lidar com a situação.

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A maioria dos candidatos a prefeito nas dez cidades com mais focos de incêndio neste ano ignorou o tema em suas propostas de governo. Levantamento do GLOBO nos documentos apresentados à Justiça Eleitoral mostra que apenas 7 dos 43 postulantes a prefeito nestes municípios citam o tema de alguma forma em seus planos.

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De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),os municípios mais críticos estão localizados no estado do Pará,Amazonas,Mato Grosso do Sul,Rondônia e Mato Grosso. Os dados consideram o período mensal,com última atualização no dia 25 de agosto.

São eles:

Novo Progresso (PA)Apuí (AM)São Félix do Xingu (PA)Altamira (PA)Lábrea (AM)Itaituba (PA)Corumbá (MS)Porto Velho (RO)Porto murtinho (MS)Colniza (MT)

As propostas de candidatos a prefeitos que tratam do assunto incluem desde a capacitação das brigadas locais e aquisição de equipamentos,como incentivo a agricultores a adotarem práticas sustentáveis para a prevenção de queimadas. Há ainda medidas mais genéricas,como permitir acesso a dados de sensoriamento remoto para monitoramento e combate de práticas ilegais.

No entanto,no município recordista em queimadas neste ano,Novo Progresso,no Pará,nenhum dos dois candidatos à prefeitura apresentaram propostas para controlar ou emilinar os incêndios florestais.

Apesar disso,os dois candidatos que estão na disputa lançaram propostas que envolvem apoio na legalização da área de garimpo,medida que,mesmo sem ter relação direta com os incêndios,é considerada prejudicial ao meio ambiente.

Além de propor a legalização do garimpo,o candidato do MDB,Gelson Dill,propõe ampliar junto ao governo estadual e federal as áreas de concessão de florestas públicas para fomentar a atividade madeireira.

Já Juscelino,do Podemos,propõe até mesmo a criação de um programa batizado "garimpo legal",alé de apoiar a desburocratização da legaliação de áreas de exploração mineral no muncípio.

Já em Itaituba (PA),Wescley Tomaz (Avante) incluiu como promessa de campanha ter acesso a dados de monitoramento ambiental para combater práticas ilegais,incluindo garimpo e incêndio. O mesmo candidato,no entanto,também quer "melhorar a frota de veículos do transporte escolar na área rural e garimpeira" para "garatir a oferta de educação de qualidade".

Há,ainda,candidatos que mesmo sem apresentar propostas específicas sobre o tema,trouxeram ações amplas sobre o meio ambiente que pode resultar na redução das queimadas. É o caso do candidato Dr. Diegues (Avante),candidato à prefeitura de Apuí (AM),que quer promover a educação ambiental nas escolas. Seu concorrente Marcos Lise (União),por sua vez,defende instalar uma unidade do corpo de bombeiro na cidade.

Em Altamira,o candidato Claudomiro Gomes (PP) prometeu criar uma lei de combate à efeitos do clima,enquanto seu concorrente,Dominos Juvenil,quer apenas "participar da COP-30".

'Guerra contra o fogo'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente,Marina Silva,se reuniram com funcionários do Ibama em Brasília no domingo para discutir e anunciar medidas para combater os incêndios no interior de São Paulo e em outros estados. Segundo Marina,a Polícia Federal já abriu 31 inquéritos entre Amazônia e Pantanal,além de dois em São Paulo.

A ministra reforçou que Lula criou há mais de dois meses uma sala de situação para monitorar o problema de estiagem e fogo. Também informou a decisão do presidente de participar de reunião na Casa Civil,com mais de 20 ministérios e governadores dos estados atingidos para tratar dos focos de incêndio.

Marina também afirmou que os órgãos públicos estão dividindo os esforços para combater os incêndios e achar os culpados. Além de órgãos ambientais e Polícia Federal,integram os trabalhos ministérios como Casa Civil,Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça.

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