Preterido para a vice de João Campos no Recife, PT se aproxima de Raquel Lyra em Pernambuco

2024-06-26 HaiPress

Raquel Lyra e o presidente Lula — Foto: Ricardo Stuckert

RESUMO

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GERADO EM: 26/06/2024 - 04:30

Relação entre PT e governadora de Pernambuco

O PT de Pernambuco se aproxima da governadora Raquel Lyra,com deputados estaduais votando alinhados ao governo,após João Campos não escolher um vice petista. A relação com a governadora inclui acenos com emendas e alianças políticas,enquanto a oposição enfrenta divergências internas e desgastes com o presidente da Assembleia.

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Após o prefeito do Recife,João Campos (PSB),indicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que não terá um vice petista em sua chapa para a disputa à reeleição,o PT de Pernambuco tem se aproximado da governadora do estado,Raquel Lyra (PSDB),adversária de Campos. Parte da oposição à gestão da tucana na Assembleia Legislativa (Alepe),a bancada petista,formada por três deputados estaduais,passou a se posicionar alinhada ao Palácio das Princesas.

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O caso mais emblemático ocorreu,no mês passado,com a aprovação do projeto que extingue as faixas salariais de bombeiros e policiais militares,de forma escalonada,até 2026,com objetivo de evitar pagamentos diferenciados para militares estaduais de mesma patente. Na ocasião,os deputados do PSB defendiam a antecipação da medida para 2025,mas não receberam o aval dos petistas,que alegaram inconstitucionalidade na proposta. A divergência gerou rusgas na oposição.

Críticas recentes do deputado estadual João Paulo (PT) ao atual prefeito foram outra sinalização de alinhamento com a governadora. O petista mirou o tratamento dado por João Campos à sua legenda nas eleições municipais e o acusou de querer ganhar “duas eleições em uma”. A declaração gerou reação do presidente do diretório municipal do PT,Cirilo Mota,que emitiu nota afirmando que o correligionário serve a “forças conservadoras” na assembleia e que João Paulo cumpre o “papel humilhante de enviar recados da governadora”.

O deputado estadual rebateu e disse que o PSB é quem tenta se aliar aos conservadores. “É válido criticar as aproximações de alguns membros do PSB com a extrema-direita,baseadas não somente em ações isoladas,mas numa estratégia que compromete nossos valores fundamentais”,escreveu.

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João Paulo é defensor do diálogo com a governadora tucana e vem se aproximando do governo na Alepe. Ao GLOBO,o deputado faz elogios Raquel Lyra ao explicar seu alinhamento em votações:

— As votações do PT têm sido republicanas,de compromisso com o estado. Agora,acho que Raquel tem feito um esforço para melhorar a articulação política e as entregas. Está tendo mais estabilidade.

Apesar da resistência do diretório municipal do Recife,a aproximação entre Raquel Lyra e o partido tem sido costurada por nomes da direção nacional. O deputado federal Carlos Veras já admitiu a possibilidade de uma aliança ao afirmar que a sigla vai debater o assunto,caso receba convite formal para integrar a base da governadora. O parlamentar disse ao GLOBO que o PT busca contribuir:

— Não deve ser fácil ser a primeira mulher a governar o estado de Pernambuco. Nós,do PT no Congresso Nacional e do governo do presidente Lula,temos feito tudo o que está ao nosso alcance para contribuir.

Atração com emendas

Além do PT,a governadora faz acenos ao PL,partido que em maio deste ano sofreu exonerações por infidelidades na assembleia do estado. Na semana passada,o governo liberou 80% das “emendas pix” para municípios em que os parlamentares têm suas bases eleitorais. A medida agradou os deputados,que voltaram a acenar ao Palácio das Princesas.

O movimento ocorre em meio ao rompimento de Raquel Lyra com o presidente da Alepe,Álvaro Porto (PSDB). A relação entre os dois azedou durante a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O principal impasse ocorreu após a governadora atuar para manter,na Justiça,o excedente da arrecadação limitado ao Executivo,após veto da Casa ao ponto. Em maio,a tucana conseguiu uma vitória no Supremo Tribunal Federal (STF),que decidiu suspender trechos da lei aprovada pelos deputados relacionados ao tema. A Corte entendeu que os parlamentares se intrometeram na atividade do Executivo.

A crise com o presidente da Assembleia já havia escalonado em fevereiro,quando o áudio do microfone de Álvaro Porto vazou enquanto o deputado criticava um discurso de Raquel Lyra na Casa. Com o desgaste,o correligionário da governadora autorizou a migração de seu grupo político para o Republicanos,partido da bancada independente na Alepe e que integra a base de João Campos. A expectativa é que Porto mude de sigla na janela partidária de 2026 ou que pleiteie o desembarque da legenda na Justiça.

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