Mais recentes
Entenda programa nuclear iraniano, desde suas origens até a guerra atual com Israel
2025-06-23
IDOPRESS
Usina nuclear de Bushehr,no Irã — Foto: Atta Kenare/AFP
O Irã está tentando fabricar uma bomba atômica? A questão,no centro do ataque que Israel lançou em 13 de junho contra a República Islâmica,abala chancelarias ocidentais há décadas,enquanto Teerã nega qualquer ambição militar. A seguir,um panorama das principais etapas do programa nuclear iraniano:
Resposta: Irã diz que EUA cruzaram 'grande linha vermelha' e que vai se defender 'por todos os meios necessários'Estreito de Ormuz: via marítima tem importância global; entenda‘Martelo da Meia-Noite’: saiba como os EUA usaram isca no Pacífico para despistar ataque a instalações nucleares do Irã
"Programa estruturado"
As bases do programa nuclear iraniano foram estabelecidas no final da década de 1950,quando os Estados Unidos assinaram um acordo de cooperação civil com o então líder Mohammad Reza Pahlavi. Em 1970,o Irã ratificou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP),que obriga os Estados signatários a declarar e submeter seus materiais nucleares ao controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Porém,no início dos anos 2000,revelações sobre locais secretos geraram preocupação. A agência da ONU indicou posteriormente,em um relatório de 2011,que existem "informações confiáveis" de que o Irã realizou atividades relacionadas ao desenvolvimento de um artefato nuclear explosivo,como parte de um "programa estruturado" antes de 2003.
Em meio à tensão no Oriente Médio,Irã revela novos mísseis e drones em desfile militar
1 de 6
Irã exibe novo míssil Jihad em desfile militar,neste sábado — Foto: AFP
2 de 6
Irã exibe novos drones em desfile militar neste sábado — Foto: ATTA KENARE / AFP
Pular
X de 6
Publicidade 6 fotos
3 de 6
O presidente do Irã,Masoud Pezeshkian,observa enquanto um míssil 'Qased' é exibido durante o desfile militar anual que marca o aniversário da eclosão da guerra de 1980-1988 com o Iraque de Saddam Hussein — Foto: ATTA KENARE / AFP
4 de 6
O presidente do Irã,observa enquanto um míssil 'Sayyad' é exibido durante o desfile militar anual que marca o aniversário da eclosão da guerra de 1980-1988 com o Iraque de Saddam Hussein,em Teerã,em 21 de setembro de 2024 — Foto: ATTA KENARE / AFP
Pular
X de 6
Publicidade
5 de 6
Um míssil 'Fattah' é exibido durante o desfile militar anual que marca o aniversário da eclosão da guerra do Irã de 1980-1988 com o Iraque de Saddam Hussein,em 21 de setembro de 2024. — Foto: ATTA KENARE / AFP
6 de 6
Tanques do exército iraniano são exibidos durante o desfile militar anual que marca o aniversário da eclosão da guerra de 1980-1988 com o Iraque de Saddam Hussein,em 21 de setembro de 2024 — Foto: ATTA KENARE / AFP
Pular
X de 6
Publicidade Evento anual lembra conflito contra o Iraque de Saddam Hussein; novo míssil tem alcance de mil km
Acordo histórico rompido
Após 12 anos de crise e 21 meses de intensas negociações,foi firmado um acordo histórico em 14 de julho de 2015 em Viena entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China,Estados Unidos,França,Reino Unido,Rússia),além da Alemanha.
O pacto,conhecido como JCPOA (Plano de Ação Integral Conjunto),entrou em vigor no início de 2016,gerando entre os iranianos uma enorme esperança de ver seu país sair do isolamento. Este pacto oferece a Teerã um alívio das sanções internacionais,em troca do Irã limitar drasticamente seu programa nuclear. Mas o alívio durou pouco,já que em 2018 o presidente Donald Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos do acordo.
Negociações fracassadas
Essa decisão levou ao progressivo descumprimento pelo Irã de seus compromissos nucleares.
"Em reação,o país inicia uma estratégia de escalada",explica à AFP Clément Therme,pesquisador do Instituto Internacional de Estudos Iranianos (Rasanah).
Veja fotos do atentado em Teerã que matou um dos principais cientistas nucleares iranianos
1 de 7
O cientista morreu no hospital devido aos ferimentos após um ataque de "terroristas armados",disse o Ministério da Defesa do Irã em um comunicadoAFP
2 de 7
Carro danificado do cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh após ter sido atacado perto da capital Teerã.AFP
Pular
X de 7
Publicidade 7 fotos
3 de 7
Danos após um ataque que teve como alvo o carro do cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh perto da capital TeerãAFP
4 de 7
Uma foto divulgada pela TV estatal do Irã (IRIB) em 27 de novembro de 2020 mostra os danos após um ataque que teve como alvo o carro do cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh perto da capital,TeerãAFP
Pular
X de 7
Publicidade
5 de 7
O país registrou uma série de aparentes ataques este ano. Um incêndio atingiu a Instalação Nuclear de Natanz,em Isfahan,Irã,no dia 2 de julho deste anoVIA REUTERS - 02/07/2020
6 de 7
A instalação nuclear de Natanz fica a 300 km ao sul de Teerã,capital do IrãStringer - 20/11/2004
Pular
X de 7
Publicidade
7 de 7
O cientista nuclear iraniano Mohsen FakhrizadehVIA REUTERS
Veja fotos do atentado em Teerã que matou um dos principais cientistas nucleares iranianos
O objetivo é pressionar os outros Estados signatários para que ajudem a contornar as sanções. Mas os iranianos não têm sucesso e o custo econômico é "exorbitante",aponta o especialista. O Irã ultrapassou o limite de enriquecimento de urânio fixado em 3,67%,elevando-o primeiro para 5%,depois a 20% em 2021 e finalmente a 60%,nível próximo dos 90% necessários para fabricar uma bomba atômica.
Também cruzou o limite quanto à quantidade de material,estabelecido em 202,8 kg. Suas reservas atuais são 45 vezes maiores. As negociações em Viena para reativar o JCPOA fracassaram no verão de 2022,e a cooperação com a AIEA se deteriorou.
Com o retorno de Trump ao poder,as conversas foram retomadas em abril entre Washington e Teerã,com a mediação do sultanato de Omã. Mas quando o presidente afirmou estar "relativamente perto de um bom acordo" e uma sexta rodada estava prevista,Israel atacou seu inimigo em 13 de junho,bombardeando centenas de locais militares e nucleares.
Nenhuma indicação
Diante do fortalecimento do programa iraniano,a AIEA expressou em um relatório publicado no final de maio sua "forte preocupação". Trata-se,segundo a agência,do único país sem armas nucleares que enriquece urânio a 60% e que dispõe de reservas que,em teoria,permitiriam fabricar mais de nove bombas. Mas completar o processo exige outras etapas complexas,como desenvolvimento balístico e miniaturização.
A vida dentro de um submarino nuclear dos EUA no Ártico
1 de 11
Submarino sobe no Ártico — Foto: NYT/Kenny Holston
2 de 11
Suboficial Chefe Jacob Green,o chefe do submarino Hampton,supervisionando dois timoneiros em manobras delicadas para conduzir e mergulhar o submarino sob o gelo — Foto: NYT/Kenny Holston
Pular
X de 11
Publicidade 11 fotos
3 de 11
Vida a bordo — Foto: NYT/Kenny Holston
4 de 11
Especialistas trabalhando para localizar um local para o Hampton emergir em uma grande banquisa de gelo — Foto: NYT/Kenny Holston
Pular
X de 11
Publicidade
5 de 11
Oficiais jogam cribbage na sala de oficiais do Hampton para passar o tempo — Foto: NYT/Kenny Holston
6 de 11
A temperatura no Acampamento Baleia,que foi construído inteiramente em uma enorme folha de gelo,pode cair para 40 graus abaixo de zero — Foto: NYT/Kenny Holston
Pular
X de 11
Publicidade
7 de 11
A tripulação do Hampton permanece debaixo d'água,em espaços apertados com comida limitada e sem comunicação externa,por semanas seguidas — Foto: NYT/Kenny Holston
8 de 11
Acampamento externo — Foto: NYT/Kenny Holston
Pular
X de 11
Publicidade
9 de 11
A operação gélida permitiu que a Marinha examinasse como melhorar os submarinos e as comunicações subaquáticas em um ambiente tão extremo — Foto: NYT/Kenny Holston
10 de 11
No Hampton,a tripulação lida com operações árticas e a vida diária. — Foto: NYT/Kenny Holston
Pular
X de 11
Publicidade
11 de 11
Região no Ártico — Foto: NYT/Kenny Holston
Em algumas áreas,águas rasas forçam a tripulação a seguir um caminho estreito entre duas ameaças: o gelo acima e o leito do oceano abaixo
Por ora,a AIEA afirma que "não dispõe de nenhuma indicação" sobre a existência de um "programa sistemático" para fabricar uma arma nuclear. O Irã sempre negou ter tais intenções e frequentemente invoca um decreto religioso de longa data do guia supremo iraniano,o aiatolá Ali Khamenei,que proíbe essa opção.
No entanto,nos últimos anos vários líderes iranianos questionaram publicamente a conveniência de ter uma arma dissuasória,em um contexto de crescentes tensões no Oriente Médio.