Superfície dos oceanos coberta por gelo atingiu em fevereiro a menor área já registrada

2025-03-06 HaiPress

Iceberg em derretimento em Nuuk na costa da Groenlândia,em fevereiro de 2025 — Foto: Odd Andersen/AFP

RESUMO

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GERADO EM: 05/03/2025 - 19:46

Extensão de gelo oceânico atinge menor nível histórico em fevereiro

A superfície dos oceanos coberta por gelo atingiu em fevereiro a menor extensão já registrada,conforme dados do Serviço Copernicus. O inverno insuficiente no Ártico e o calor na Antártida contribuíram para este recorde negativo. A perda de gelo marinho,além de não elevar diretamente o nível do mar,afeta o equilíbrio térmico global e a cadeia alimentar em altas latitudes,impactando espécies e climas tropicais.

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Desde que cientistas conseguem fazer medições robustas da superfície do mar coberta por gelo,nunca se viu uma extensão tão pequena de icebergs e massas glaciais flutuantes. O dado preocupante foi divulgado pelo Serviço Copernicus de Mudança Climática,agência de pesquisa climática da União Europeia.

Segundo os pesquisadores,o registro da extensão mínima ocorreu porque o inverno do Ártico foi insuficiente para recuperar o gelo derretido na estação quente,ao mesmo tempo em que a Antártida teve mais calor no verão,sobretudo no mar de Weddel (abaixo da América do Sul) e no leste.

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Enquanto a extensão glacial oceânica na Antártida ficou 26% abaixo da média e atingiu a quarta pior marca já registrada para o mês,no Ártico ela ficou 8% abaixo da média e foi a pior já vista neste período de fim de inverno boreal.

"Fevereiro de 2025 dá continuidade à série de temperaturas recordes ou quase recordes observadas nos últimos dois anos",afirmou Samantha Burgess,vice-diretora do Copernicus,em comunicado à imprensa. "Uma das consequências de um mundo mais quente é o derretimento de gelo marinho,e isso levou a cobertura de gelo marinho à menor de todos os tempos."

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Os números que indicam a situação preocupante são do banco de dados ERA5,mantido pela instituição europeia,que reúne medições feitas desde 1978 por satélites,embarcações,aeronaves e estações meteorológicas mundo afora.

O recorde anterior de baixa extensão do gelo marinho tinha sido batido dois anos atrás,em 2023,com cerca de 16,4 milhões de km² de superfície congelada em média cobrindo os oceanos em fevereiro. Neste ano,no mês passado,a cifra foi ainda menor,de cerca de 16,1 milhões de km².

A perda de gelo nos mares não contribui diretamente para a elevação do nível dos oceanos,que é impulsionada mais pelo derretimento de gelo terrestre. A perda de icebergs e grandes massas flutuantes de gelo,porém,é uma das principais preocupações trazidas pela mudança climática.

Clima em desequiíbrio

Uma das consequências mais graves é que,por ser branco,o gelo ajuda a refletir radiação solar para fora da Terra,e ajuda o planeta a manter seu equilíbrio térmico. Com menos superfície de gelo disponível no globo,mais calor permanece na superfície terrestre,retroalimentando o aquecimento global.

A falta de gelo marinho também afeta a disponibilidade de algas,plâncton e pequenos crustáceos em altas latitudes,que servem como a base da cadeia alimentar de muitos animais maiores. São afetados indiretamente desde pinguins,baleias e focas até peixes importantes para a indústria pesqueira. Ursos polares ficam com mais dificuldade para caçar,porque usam blocos de gelo flutuante como plataforma para se locomoverem.

Nos aspectuos mais físicos do problema,a perda de gelo marinho afeta a circulação de ar global e pode prejudicar até climas tropicais. Um estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Nanquim (China),publicado no ano passado,indica que o fenômeno pode afetar o vai-e-vem do El Niño,o ciclo de aquecimento das águas do Pacífico,prolongando esse fenômeno que perturba o clima da América do Sul.

O recorde na perda de superfície oceânica congelada ocorreu em um momento em que o mundo inteiro está mais quente que o normal,afirma o Copernicus. O mês passado foi o terceiro fevereiro mais quente da história,considerando médias globais,e esteve 1,6°C mais quente do que a média do período pré-século XX,usado como base no Acordo de Paris para o clima. No tratado,os países se comprometem a reduzir emissões de CO₂ para manter o aquecimento abaixo de 1,5°C.

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