EUA e Ucrânia chegam a acordo sobre acesso a recursos minerais, afirmam representantes de Kiev; Casa Branca não comenta

2025-02-26 HaiPress

Montagem com as imagens dos presidentes dos EUA,Donald Trump (E),e da Ucrânia,Volodymyr Zelensky (D) — Foto: Jim WATSON and Tetiana DZHAFAROVA / AFP

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 25/02/2025 - 21:32

"Negociações EUA-Ucrânia por Recursos Minerais: Acordo em Breve"

Ucrânia e EUA negociam acesso a recursos minerais; Trump busca compensação por apoio financeiro. Acordo preliminar prevê fundo conjunto,com 50% das receitas futuras limitadas a US$ 500 bilhões. Terras raras em foco,mas segurança não mencionada. Kremlin também oferece parcerias. Zelensky hesita devido à guerra e críticas de Trump. Decisão final em breve.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

Integrantes do governo da Ucrânia afirmaram nesta terça-feira ter chegado a um acordo sobre o acesso dos EUA a parte das reservas minerais do país,atendendo a uma demanda do presidente americano,Donald Trump,que vê uma oportunidade para “compensar” os bilionários pacotes de ajuda militar e financeira a Kiev. Contudo,as informações ainda são preliminares,divulgadas através da imprensa,e a Casa Branca ou os ucranianos não se pronunciaram oficialmente.

Entenda: O que exatamente Trump quer em terras raras e outros recursos minerais trilionários da Ucrânia?Pressão: Ucrânia deve 'baixar o tom e assinar acordo',diz conselheiro de Trump antes de enviado cancelar coletiva com Zelensky

Segundo um funcionário ucraniano,ouvido pela AFP,o acerto permitiria que os EUA explorassem de forma conjunta as riquezas minerais da Ucrânia,incluindo as terras raras,usadas em indústrias de alta tecnologia e que estão na mira de Trump. O mesmo funcionário afirmou que a receita seria destinada a um fundo a ser criado “em conjunto entre Ucrânia e Estados Unidos”.

Em declarações à BBC,representantes de Kiev,também em caráter de anonimato,afirmam que os termos discutidos são mais favoráveis do que os previstos inicialmente por Washington,e preveem uma contribuição de 50% das receitas futuras com seus recursos minerais e também com as vendas de petróleo e gás,até um limite máximo de US$ 500 bilhões (R$ 2,87 trilhões).

Um rascunho do texto final,obtido pelo jornal Financial Times,estipula que recursos que já estão explorados pela Ucrânia,incluindo petróleo e gás,estarão isentos do plano,ou seja,não haverá impacto imediato às contas das empresas estatais do setor de energia,apenas sobre os ganhos futuros. O acordo preliminar,não traz referências a garantias de segurança aos ucranianos,o que deve ser discutido nos próximos dias entre representantes de Washington e Kiev.

Sem prazos: Enquanto Trump promete solução rápida para a guerra na Ucrânia,Putin não parece ter a mesma pressa

Em mais de uma ocasião,Trump afirmou que os EUA queriam obter até US$ 500 bilhões (R$ 2,87 trilhões) em lucros com a exploração dos recursos,um valor bem acima do enviado aos ucranianos desde o início da guerra,estimado em cerca de US$ 100 bilhões (R$ 575,2 bilhões). Também à BBC,os representantes disseram que os americanos não terão o controle total do novo fundo,mas terão prioridade na hora de tomar decisões,embora haja uma determinação para que os investimentos beneficiem a própria Ucrânia.

— O acordo de minerais é apenas parte do cenário. Ouvimos várias vezes do governo dos EUA que ele é parte de um quadro maior — afirmou ao Financial Times Olha Stefanishyna,vice-primeira-ministra e ministra da justiça da Ucrânia que liderou as negociações.

Guerra na Ucrânia,três anos: Como Zelensky passou de herói da resistência a alvo de críticas

Estimativas apontam que a Ucrânia tem cerca de 5% das reservas mundiais de materiais “críticos” para indústrias estratégicas e de alta tecnologia,incluindo grafite e lítio,usados na produção de baterias,assim como titânio e as chamadas “terras raras”,um conjunto de 17 elementos usados para a fabricação de armas,turbinas eólicas,eletrônicos e materiais usados em equipamentos de ponta.

Como apontou à BBC a ministra da Economia da Rússia,Yulia Svrydenko,boa parte desses recursos — algo estimado em US$ 350 bilhões (R$ 2,01 trilhões) — está em territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país. Na segunda-feira,em entrevista,o presidente russo,Vladimir Putin ofereceu aos EUA a possibilidade de exploração de metais e terras raras em territórios ocupados da Ucrânia,além de parcerias similares na própria Rússia.

O representante ucraniano ouvido pela AFP afirmou que o presidente Volodymyr Zelensky pode viajar ainda esta semana para assinar o acordo. Em suas redes sociais,ele agradeceu o apoio de aliados ocidentais ao país,mas não fez qualquer menção a um possível acordo. Já Trump sugeriu que pode se encontrar com o líder ucraniano em alguns dias.

— Ouvi dizer que ele vem na sexta-feira. Certamente,está tudo bem para mim se ele quiser. E ele gostaria de assinar comigo — disse o presidente no Salão Oval. — É um acordo muito grande. Pode ser um acordo de um trilhão de dólares. Estamos gastando centenas de bilhões de dólares na Ucrânia e na Rússia lutando uma guerra que nunca deveria ter acontecido.

Encontro em meio a impasse: Em meio a diferenças sobre a guerra na Ucrânia,Trump e Macron dizem que trégua pode acontecer 'em questão de semanas'

Na semana passada,uma versão preliminar do acordo foi rejeitada por Zelensky,uma decisão acompanhada por críticas à aproximação recente entre Trump e Putin — para o ucraniano,os acenos ao Kremlin eram uma forma de “agradar” o líder russo,responsável por lançar a invasão iniciada há três anos e que deixou centenas de milhares de mortos.

— Não quero algo que 10 gerações de ucranianos terão que pagar — disse ele em uma entrevista coletiva no domingo.

A resposta americana foi imediata: Trump chamou Zelensky de “ditador”,questionou sua legitimidade — o mandato dele terminou em maio passado,mas a Constituição permite que siga no poder —,sua aprovação,e deixou no ar a possibilidade de assinar um acordo de paz sem ouvir os ucranianos. Em mais uma demonstração de poder contra Kiev,os americanos romperam com uma posição adotada desde 2022 e votaram contra uma resolução condenando a Rússia na Assembleia Geral da ONU,e apresentaram um texto enxuto,sem críticas a Moscou,no Conselho de Segurança.

Ao ser questionado nesta terça-feira sobre o que Kiev receberia em troca da concessão de suas riquezas minerais,Trump deu uma resposta um tanto quanto vaga.

— O direito de lutar — afirmou. — Eles são muito corajosos,mas sem os Estados Unidos e seu dinheiro e seu equipamento militar,esta guerra teria acabado em um período muito curto de tempo.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.
©direito autoral2009-2020European Financial Journal      Contate-nos   SiteMap