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Putin diz que pode discutir corte de gastos militares com EUA e afirma 'não ser contra' o Estado ucraniano
2025-02-25
IDOPRESS
Presidente da Rússia,Vladimir Putin,durante cerimônia na Praça Vermelha — Foto: Mikhail METZEL / POOL / AFP
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 24/02/2025 - 18:56
Putin propõe redução de gastos militares e diálogo com EUA e China.
Putin expressa abertura para discutir cortes nos gastos militares com EUA e China,sugerindo redução de até 50%. Mostra interesse no retorno de empresas americanas à Rússia e não se opõe à preservação do Estado ucraniano. Propõe diálogo para resolver conflito na Ucrânia e participar de projetos comerciais com os EUA.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O presidente da Rússia,se disse aberto a discutir um acordo com os EUA — e eventualmente a China — para reduzir em até 50% dos gastos militares dos países,ecoando uma ideia apresentada pelo presidente americano,Donald Trump,há alguns dias. Na entrevista,exibida no dia em que a guerra na Ucrânia completa três anos,o líder russo disse “não se importar” com o diálogo entre Washington e Kiev,e garantiu “não ser contra “ a preservação do Estado ucraniano após o fim da guerra.
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Na conversa com o jornalista e propagandista Pavel Zarubin,ao canal Russia 1,Putin chamou de “boa” a ideia sobre os cortes militares,fazendo uma abertura ao diálogo com Trump sobre o tema.
— Poderíamos chegar a um acordo com os Estados Unidos. Não somos contra,acho que a ideia é boa. Os EUA cortariam [os gastos militares] em 50%. E nós o cortaríamos. E a China se juntaria a nós se quisesse — afirmou o líder russo. — A proposta é boa,estamos prontos para discussão sobre esse assunto.
No dia 13 de fevereiro,Trump disse que “quando as coisas se acalmarem”,ele buscaria os líderes da China e da Rússia para dizer “que não há razões para que gastemos quase US$ 1 trilhão em defesa”,defendendo um corte de até 50% noas despesas militares.
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Para o ano fiscal de 2025,o Departamento de Defesa dos EUA apresentou um orçamento de US$ 849 bilhões — na Rússia,onde os gastos militares não estão concentrados em apenas uma pasta,estimativas sugerem um orçamento total de US$ 461 bilhões em 2024,similar às despesas da China,estimadas em US$ 474 bilhões no ano passado.
A China não se manifestou sobre as declarações de Putin.
'Questões agudas e complexas'
O líder russo não deu pistas sobre as conversas que mantém com Trump sobre a situação na Ucrânia. Falando a jornalistas na Casa Branca,antes de uma reunião com o presidente francês,Emmanuel Macron,Trump afirmou que um acordo de cessar-fogo poderia ser anunciado “em questão de semanas” — ao seu lado,Macron destacou que um acerto teria que ser justo,mas que não poderia significar a “capitulação” da Ucrânia.
— Para resolver questões complexas e agudas,incluindo na trilha ucraniana,tanto a Rússia quanto os Estados Unidos devem dar o primeiro passo. Ele deve ser dedicado a aumentar o nível de confiança entre ambos os Estados. Foi isso que fizemos em Riad,e é a isso que os próximos contatos de alto nível serão dedicados — afirmou Putin,se referindo a uma reunião de delegações de alto nível na capital saudita,na semana passada.
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Trump sinalizou no passado que um acordo poderia incluir o congelamento do conflito nas atuais linhas,e não descartou a cessão de territórios ocupados pelos russos. O plano deve prever uma força internacional de paz,liderada pelos europeus,como parte das garantias de segurança a Kiev. Segundo o líder americano,Putin “não se opõe” ao envio de tropas estrangeiras ao solo ucraniano após o cessar-fogo.
Durante a entrevista,o presidente russo revelou “não ser contra” a preservação do Estado ucraniano,contrastando com suas declarações questionando o direito à existência da Ucrânia,repetidas e amplificadas por seus aliados.
— Além de tudo o mais,o atual presidente [dos EUA] anunciou que quer alcançar a paz - a propósito,nós também queremos,e o mais rápido possível — disse Putin. — Isso é,muito provavelmente,do interesse da Ucrânia e do Estado ucraniano: a preservação do Estado ucraniano. E não temos nada contra isso também.
Se o líder russo afirmou que o Estado ucraniano não lhe incomoda,o mesmo não se pode dizer da continuidade do presidente do país,Volodymyr Zelensky,no poder. Putin já descartou conversar diretamente com Zelensky por o considerar “ilegítimo”,citando o fim de seu mandato,em maio do ano passado — contudo,a Lei Marcial adotada desde fevereiro de 2022 impede novas eleições e abre caminho para que siga no cargo.
— Do ponto de vista dos interesses de fortalecer o Estado ucraniano,é necessário agir,aparentemente de forma mais enérgica e em uma direção completamente diferente. Levar ao poder pessoas que desfrutam da confiança do povo da Ucrânia — opinou Putin.
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A paz na Ucrânia não é uma questão exclusivamente militar para Putin. Na entrevista,ele expressou o desejo de participar de grandes projetos envolvendo empresas americanas. A retomada das exportações de commodities como o alumínio,praticamente suspensas após o início da guerra,serviria para ampliar os lucros em seu país e,afirmou o presidente,exercer “um efeito positivo na estabilização dos preços” nos EUA.
— Se as empresas americanas trabalharem aqui,isso também será benéfico,porque as empresas ganharão decentemente,e os volumes correspondentes de alumínio entrarão no mercado interno [dos EUA] a preços absolutamente aceitáveis — disse o presidente. — Há algo em que pensar aqui,assim como sobre o trabalho conjunto em metais raros,terras raras e em outras áreas,incluindo,por exemplo,energia.