Economizar água se tornou vital para as empresas

2025-02-17 HaiPress

Coca-Cola investiu mais de R$ 70 milhões em programas de conservação ambiental de bacias hidrográficas e de acesso à água e em comunidades no Amazonas,Pará,Ceará,Pernambuco e Minas — Foto: Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 16/02/2025 - 20:12

Empresas brasileiras adotam ações sustentáveis para economia de água

Empresas brasileiras de diversos setores investem em ações sustentáveis para economizar água em meio à escassez hídrica. Parcerias ambientais,tecnologia e monitoramento em tempo real são destaque. Estratégias incluem reúso,redução do consumo e investimento em novas fontes de abastecimento. Ações visam mitigar impactos das mudanças climáticas e promover a segurança hídrica.

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De fabricante de bebidas a produtor de alimentos. Da área de combustíveis ao segmento de beleza. Empresas dos mais variados setores vêm aumentando o número de ações para reduzir o consumo de água e ampliar o reúso em suas operações. As ações vêm acompanhadas de programas em parceria com governos locais para a recuperação de bacias hidrográficas em diversas partes do Brasil.

O investimento em processos dedicados para otimizar o uso da água aparece no topo das ações mais citadas pelas empresas. Pesquisa da Nexus feita para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) no ano passado aponta que iniciativas para reduzir o consumo aparecem na lista de ações de 79% dos empresários consultados. Para as empresas,as mudanças no padrão do clima vêm acelerando as operações.

— As alterações climáticas têm sido fator significativo no desenvolvimento das estratégias para reduzir o consumo. A crescente escassez de água e os fenômenos meteorológicos extremos nos levaram a adotar medidas mais rigorosas e sustentáveis. Nosso objetivo é continuar a otimizar o uso da água e métodos inovadores para melhorar nossa eficiência hídrica — afirma Amanda Araújo,diretora executiva de Governança da The Fini Company,que faz controle diário de consumo de água potável relacionados com a quantidade de produtos produzidos.

Na Coca-Cola,segundo Rodrigo Brito,diretor de Sustentabilidade da companhia para o Brasil e o Cone Sul,os investimentos vão desde máquinas e equipamentos a treinamento e aprimoramento de processos. Segundo o executivo,as iniciativas incluem programas de acesso à água em comunidades em Amazonas,Pernambuco e Minas Gerais,além de conservação ambiental para proteger bacias hidrográficas. Nesses programas foram investidos cerca de R$ 70 milhões. Ele diz que houve redução do consumo de água em 10% desde 2015.

— Um exemplo é a parceria com a startup chilena Kran,que tem implantado uma tecnologia que permite reduzir em até 50% o consumo de água na lavagem de equipamentos e descontaminação de garrafas.

Monitoramento em tempo real

Maior fabricante de pescados do país,a Frescatto monitora em tempo real o consumo de água da unidade fabril em Duque de Caxias,no Rio. Com isso,diz Cacio Rodrigues,gerente de Meio Ambiente da empresa,ganharam espaço medidas como correção de perdas por vazamentos e implantação de um sistema de reúso.

— Nosso consumo de água caiu de 4,76 litros por quilo de pescado para 2,19 litros. Mas,ainda há muito a ser feito. Queremos aprimorar nossa técnica de tratamento de efluentes e fortalecer o controle do monitoramento de consumo de água em todas as filiais,com medições setorizadas on-line.

Guilherme Duarte,CEO da Copasa,empresa de saneamento que atua em Minas Gerais,ressalta que não basta ter água,é preciso ter uma rede disponível em quantidade e qualidade. Ele destaca o investimento em novas fontes de abastecimento e na modernização dos sistemas,que incluem mais reservatórios,perfuração de poços e estações elevatórias.

— Estamos preocupados em fazer obras e intervenções para termos captações adicionais que sejam focadas na segurança hídrica nas nossas concessões. Os eventos de mudanças climáticas têm se acentuado,mas o principal é que estamos nos prevenindo com novas obras,como no norte de Minas com a adutora do Sistema São Francisco de mais de 90 quilômetros,que traz água do Rio São Francisco como um backup para a região de Montes Claros,com investimentos de R$ 264 milhões.

Copasa fez obras para garantir a segurança hídrica na cidade de Poté,em Minas Gerais — Foto: Divulgação

No setor de óleo e gás,a Acelen conseguiu,entre dezembro de 2021 e dezembro de 2024,reduzir em 29% o consumo total de água da Refinaria de Mataripe,na Bahia,utilizando mapeamento de vazamentos de água em máquinas,por meio de um corante que identifica pontos de perda. Isso permitiu,diz Celso Ferreira,diretor de Operações da companhia,economizar 4,8 bilhões de litros,volume suficiente para abastecer uma cidade com 110 mil habitantes.

— Em 2024,também aumentamos em 12% o reúso de água em relação a 2022. Em eficiência hídrica,investimos mais de R$ 13 milhões. Para este ano,temos como meta reduzir mais 5% em relação a 2024. Essa redução equivale a uma economia de 590 milhões de litros de água,o que corresponde a uma cidade com 13 mil habitantes.

Na Heineken,foi criado um time multidisciplinar. Breno Aguiar de Paula,coordenador de Sustentabilidade da empresa,lembra que,desde 2022,houve redução de 18% no volume de água utilizado nas operações. Ele destaca ainda ações de restauração de bacias hidrográficas e proteção de áreas para a segurança hídrica.

— Com o conceito de balanço hídrico,buscamos devolver ao meio ambiente uma vez e meia o volume de água envasado. Temos o projeto HeiForest,que une floresta e agricultura regenerativa em área de mais de 800 hectares em Itu,em São Paulo. A floresta funciona como reguladora do ciclo hidrológico,além de atuar como esponja natural,liberando água lentamente para rios,córregos e aquíferos.

80% de água de reúso

Na L'Oréal,as fábricas têm sistemas de monitoramento em tempo real e estações de tratamento de efluentes para reduzir o consumo de água,e há reúso na sede. Helen Pedroso,diretora de Responsabilidade Corporativa,diz que agora vem usando inteligência artificial (IA) para potencializar os resultados.

— Há uma integração cada vez maior entre as soluções de engenharia e ferramentas como IA para ampliar a geração e o controle de dados de forma a ter maior precisão no planejamento das estratégias. Até 2030,toda a água que utilizamos em nosso processo industrial será reutilizada ou reciclada.

Leandro Balena,diretor executivo Industrial do Grupo Boticário,em 2023,a companhia emitiu títulos de R$ 2 bilhões,associados a compromissos ambientais,e elegeu a água como tema prioritário. A meta,diz ele,é utilizar,até 2029,80% da água de reúso gerada na fábrica de São José dos Pinhais,no Paraná. No local,foi construída uma unidade de tratamento de água de reúso.

— Apostamos na recuperação de bacias hidrográficas no Rio e no Paraná. Essa é uma jornada constante e coletiva — diz Balena.

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