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'Ampla carreira na política' e histórico de mau uso de verbas: quem é o lobista ligado a suposto desvio de emendas no RS
2025-02-14
IDOPRESS
Cliver André Fiegenbaum e viatura da PF durante operação desta quinta-feira — Foto: Fotos de Reprodução/Divulgação
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 13/02/2025 - 21:16
Lobista gaúcho investigado por desvios de emendas
O lobista Cliver André Fiegenbaum,com extensa carreira política no Rio Grande do Sul,é alvo da Polícia Federal por desvios de emendas. Envolvido em escândalos anteriores,foi flagrado em diálogos sobre aumento de porcentagem em supostos desvios. Operações investigam direcionamento de recursos públicos para empresas,com indícios de corrupção.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Investigado pelo suposto desvio de emendas no Rio Grande do Sul,o lobista Cliver André Fiegenbaum foi classificado pela Polícia Federal (PF) como um indivíduo com "ampla carreira na política gaúcha",mas também envolvido em outras investigações sobre mau uso de recursos públicos no estado.
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Fiegenbaum ocupava,até a deflagração da operação desta quinta-feira,o cargo de Diretor Administrativo e Financeiro da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano Regional (Metroplan) do Rio Grande do Sul. Ele foi nommeado em portaria de 30 de março de 2023.
Antes disso,entretanto,Fiegenbaum já atuava na política gaúcha. Em 2018,foi chefe de gabinete da Prefeitura de Estrela (RS),comandada à época por Carlos Rafael Mallmann. Naquele ano,foi denunciado junto com o prefeito da cidade por desvio de dinheiro público para comprar um prêmio destinado aos melhores gestores municipais de 2015.
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Mallmann é,hoje,secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul,órgão ao qual a Metroplan,onde Fiegenbaum ocupava o cargo de diretor,está vinculado.
No ano passado,ambos foram novamente envolvidos em uma apuração da PF. Deflagrada em dezembro de 2024,a Operação Rêmora buscou apurar a possível prática de aquisição irregular de telas interativas pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari com recursos federais,via Fundeb. Mallmann,na ocasião,foi o assessor jurídico responsável pelo parecer favorável para a realização do pregão,e Cliver era representante da empresa investigada.
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"Nessa operação,identicou-se indícios da atuação de organização criminosa,com o fim de desviar recursos públicos,por meio do direcionamento de procedimentos licitatórios que visam priorizar a empresa Smart Tecnologia em Comunicações Ltda em contratações do setor público",afirma a Polícia Federal.
As investigações da PF apuraram que as licitações foram direcionadas para a companhia.
A deflagração da Operação Rêmora,no ano passado,levou ao cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da empresa e de pessoas ligadas a ela. No dia 14 de março de 2024,foi apreendido o aparelho telefônico de Cliver Fiegenbaum,onde foram encontrados contratos e diálogos em que o lobista tratava do desvio de emendas parlamentares.
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Uma conversa entre o lobista e dois funcionários do hospital Ana Nery,em Santa Cruz do Sul,mostram que Cliver justificou "pressão e estresse" para aumentar sua fatia no suposto desvio de emendas parlamentares para a saúde gaúcha. A tratativa encontrada pelos policiais federais no celular de Fiegenbaum revela como a divisão da "comissão" seria feita.
"Eu tinha combinado com vocês 1% bruto pra dividir entre vocês dois,né. Que nós íamos tirar o imposto,que dava mais ou menos uns R$ 60 mil no total. A gente tinha uma expectativa aí de R$ 7 milhões,mais ou menos. Claro que depois quando for entrar,se entrar mais,vai dar mais,né. E tinha combinado 1% bruto para mim. E aí agora ele,com pressão e estresse,ele foi pra 1,5 comigo",diz Cliver André Fiegenbaum em áudio enviado a funcionários do hospital.