Venezuela chavista explica Trump

2025-02-13 HaiPress

Presidente dos EUA,Donald Trump,discursa no Salão Oval — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 12/02/2025 - 20:50

EUA sob Trump: Risco de Autoritarismo competitivo

Especialistas alertam que os EUA podem se tornar um regime de autoritarismo competitivo sob Trump,comparando-o a líderes como Chávez e Erdogan. Resistência popular e oposição são cruciais para evitar esse cenário preocupante. O futuro democrático dos EUA está em jogo.

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Foram apenas três semanas das 208 da atual Presidência de Donald Trump. Menos de 1% do total. Não há como imaginar que os EUA serão os mesmos depois destes quatro anos. No ritmo atual,“a democracia dos EUA provavelmente quebrará na segunda administração Trump e deixará de atingir os critérios para ser classificada como uma democracia liberal”. A afirmação é de Steven Levitsky,professor de Harvard e autor do livro “Como as democracias morrem”,e de Lucan A. Way,especialista em democracia da Universidade de Toronto. Difícil não concordar com os acadêmicos diante de muitas das ações executadas pelo republicano até agora e a reação da sociedade americana.

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Em artigo escrito na Foreign Affairs,a mais prestigiada e tradicional publicação de política externa do planeta,Levitsky e Way afirmam que os EUA não se tornarão uma ditadura. Podem,no entanto,transformar-se em um regime definido como autoritarismo competitivo. “Seria um sistema no qual os partidos competem em eleições,mas o incumbente abusa do poder para que as regras fiquem contra a oposição”,escrevem os dois autores.

O Peru de Alberto Fujimori e a Venezuela de Hugo Chávez seriam exemplos de autoritarismo competitivo no passado,de acordo com Levitsky e Way — o regime de Nicolás Maduro já se encaixaria em uma ditadura convencional. Outros citados como comparação ao que podem se transformar os EUA de Trump são a Turquia de Erdogan,a Hungria de Orbán,a Índia de Modi e El Salvador de Bukele. Ao longo do artigo,os acadêmicos delineiam uma série de medidas antidemocráticas nos moldes destes países que o republicano tende a tomar — em muitos casos,já começou a implementar.

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Difícil discordar de ambos. O cenário é bem distinto do de 2017,quando o Partido Democrata estava organizado,havia resistência a Trump no Partido Republicano,e membros do governo agiam para conter os impulsos mais radicais. Agora,os democratas parecem inertes,os republicanos são quase na sua totalidade trumpistas e somente figuras leais e na maioria dos casos extremistas integram a atual administração.

Como escrevi aqui logo antes da posse de Trump,havia uma resignação em relação ao retorno do republicano ao poder. Até houve um certo otimismo,inclusive da minha parte,quando o presidente,antes de retornar à Casa Branca,conseguiu negociar um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas. Mas durou pouco. Duas semanas depois,Trump defendeu abertamente dois crimes contra a Humanidade ao propor a limpeza étnica de palestinos e o roubo da Faixa de Gaza pelos EUA. Tem entrado em choque com aliados tradicionais como Canadá,Dinamarca,México e Egito.

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A única chance de evitar o autoritarismo competitivo seria uma resistência da população e da oposição. De acordo com Levitsky e Way,“Trump será vulnerável. O limitado apoio à sua administração e os erros inevitáveis criarão oportunidades para as forças democráticas — no Congresso,nas cortes e nas urnas. Mas a oposição apenas pode vencer se seguir no jogo. Ser oposição em um autoritarismo competitivo pode ser exaustivo. Enfraquecidos pelos assédios e pelas ameaças,muitos críticos de Trump podem recuar. Isso seria perigoso”.

Difícil não entrar em pânico diante da análise de dois dos maiores especialistas em democracia. E os EUA não são uma nação pequena como El Salvador. É a maior potência militar da História da Humanidade.

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