Rio de Janeiro deveria ser capital honorária do Brasil

2025-02-10 HaiPress

Turistas observam a vista do Rio a partir do Monumento ao Cristo Redentor — Foto: Alexandre Cassiano/28-12-2023

Nas últimas décadas,a cidade do Rio de Janeiro sediou,com orgulho e competência,eventos de repercussão internacional,como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92),os Jogos Pan-Americanos de 2007,a Jornada Mundial da Juventude em 2013,a final da Copa do Mundo de 2014,a Olimpíada de 2016 e a cúpula do G20 no ano passado. A vocação da capital fluminense e ex-capital federal como anfitriã e referência do Brasil é inequívoca. O Rio é um centro cultural pujante de onde emana a imagem que o mundo tem dos brasileiros— e os próprios brasileiros também.

Por isso é oportuno o pedido que o prefeito Eduardo Paes (PSD) levará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o Rio — segunda cidade mais populosa do país,com 6,7 milhões de habitantes — seja reconhecido oficialmente como capital honorária do Brasil e cidade federal. Paes sugere que a decisão seja tomada por decreto. Propõe que o ato seja assinado em julho,na cúpula do Brics,próximo evento de alta envergadura internacional sediado no Rio.

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Convém deixar claro que o efeito seria puramente simbólico. De acordo com Paes,a iniciativa não destronaria Brasília do posto de capital do Brasil,não significaria desvinculação da cidade do estado do Rio,nem envolveria redistribuição de recursos ou algum tipo de preferência. “Não tem aumento de arrecadação,repasse de fundos”,diz ele. “Tem caráter honorário mesmo.” Concretamente,a medida seria acompanhada de ações como a proibição da transferência de órgãos federais sediados no Rio,a revitalização de imóveis da União com sede no município,a conclusão de projetos federais inacabados ou a reinstalação de alguns organismos nacionais na cidade.

No entender de Paes,além de reforçar a condição de imagem do Brasil para o mundo,o título de capital honorária repararia simbolicamente decisões prejudicais à cidade na História recente do Brasil,como a transferência da capital para Brasília em 1960 e a fusão dos estados da Guanabara e do Rio em 1975. Essas mudanças deixaram marcas profundas. Tanto pelo encolhimento econômico quanto pela perda de importância política. Um reflexo pode ser visto na saúde. Os hospitais federais do Rio,antes considerados ilhas de excelência,se tornaram problemas.

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Apesar de a reparação ser justa,o título de capital honorária não deve ser recebido com olhos no passado. A cidade precisa buscar sua vocação no futuro,pensando não naquilo que um dia teve e perdeu,mas no que ainda tem a ganhar. O Rio tem qualidades que atraem turistas do mundo inteiro. Em 2012,a exuberante paisagem carioca,que abriga a maior floresta urbana do mundo,recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco. Outras atividades econômicas — como exploração de petróleo,pesquisa científica de excelência ou a vibrante indústria cultural — tornam o Rio uma metrópole de feições únicas,que reflete como nenhuma outra o espírito do Brasil.

Ser declarada capital honorária e cidade federal evidentemente não resolverá as inúmeras mazelas enfrentadas pelos cariocas — da violência que alarma a população à qualidade sofrível dos serviços públicos. Mas poderá devolver-lhe importância política,prestígio e abrir novos caminhos no futuro,tanto para os cariocas quanto para todos os brasileiros. Lula deveria fazer esse gesto de reconhecimento ao Rio.

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