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Bolo envenenado: presa também é suspeita do homicídio do sogro, morto em setembro por intoxicação; corpo já foi exumado
2025-01-09 IDOPRESS
Suspeita é investigada de ter provocado o envenenamento de um bolo com arsênio — Foto: Reprodução/Redes sociais
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 08/01/2025 - 18:54
Mulher envenena família com arsênio: investigação em andamento
Mulher é suspeita de envenenar família com arsênio em bolo,que causou 3 mortes. Investigadores agora examinam morte do sogro por intoxicação. Perícia encontrou altas concentrações de arsênio nas vítimas. Suspeita também é investigada por histórico de desavenças familiares.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O corpo do sogro da suspeita de ter envenenado um bolo com arsênio foi exumado na manhã desta quarta-feira,informou ao GLOBO o secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul,Sandro Caron. O procedimento foi realizado a pedido dos investigadores responsáveis pelo caso,que levantaram a hipótese de que ele poderia ter sido morto,em setembro do ano passado,também por envenenamento. Na época,a causa do falecimento foi atribuída a uma intoxicação alimentar.
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— Depois que toda essa história e esse crime gravíssimo veio à tona,é natural ter surgido a suspeita em relação a esse óbito que aconteceu em setembro. A perícia do corpo está sendo feita,e nossa expectativa é já teremos os resultados até o início da semana que vem. Confirmando a causa da morte por envenenamento,esse será mais um homícidio doloso será imputado à suspeita,que já está presa — informou o secretário.
Acusada de ter provocado a morte de três familiares e a internação de outros três,a suspeita foi detida no último domingo. Identificada como Deise Moura dos Anjos,ela passou por audiência de custódia e teve a prisão temporária decretada por 30 dias. Até o momento,investigadores da Polícia Civil ouviram doze pessoas. No entanto,ainda de acordo com o secretário,há indícios de que ela atuou sozinha.
Além disso,oito telefones celulares foram apreendidos e terão o conteúdo analisado nos próximos dias.
Entenda o caso
Na tarde do dia 23 de dezembro,seis pessoas da mesma família passaram mal após consumirem um bolo durante um café da tarde no município de Torres,no litoral do Rio Grande do Sul. Segundo informações da Polícia Civil,o alimento foi preparado em Arroio do Sal,cidade vizinha,por uma mulher identificada como Zeli dos Anjos,de 60 anos.
Após darem entrada no hospital,três pessoas morreram. As vítimas foram identificadas como: Neuza Denize Silva dos Anjos,65 anos,e Maida Berenice Flores da Silva,59 anos,irmãs de Zeli,além de Tatiana Denize Silva dos Anjos,47 anos,filha de Neuza.
O marido de Maida e uma criança de 10 anos também comeram o bolo,foram hospitalizados,mas já tiveram alta. Já Zeli,responsável pela preparação da sobremesa,permaneceu internada.
Morte por envenenamento provocado por arsênio
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira,a perita responsável pelo caso e diretora do Instituto Geral de Perícias (IGP) do RS,Marguet Mittman,afirmou que "concentrações altíssimas" de arsênio foram encontradas em amostras de sangue,conteúdo estomacal e urina das vítimas. A quantidade achada chegou a ser até 350 vezes maior que o mínimo para o envenenamento.
— De acordo com a literatura,uma concentração permitida na urina,que seria profunda e de uma contaminação ocupacional,por exemplo,é de 35 mil programas por litro. Em uma das vítimas,a menor concentração encontrada foi 80 vezes maior que essa considerada pela literatura como permitida. E na vítima com a maior concentração,esse número chegou a 350 vezes maior do que a literatura permite — afirmou Marguet.
Segundo a especialista,a farinha usada para a preparação do bolo também estaria contaminada com arsênio,em concentrações até 2.700 maiores que as encontradas na sobremesa.
Pesquisas por veneno e histórico de desavenças
Ao GLOBO,o delegado Marcos Vinicius Veloso,responsável pelo caso,afirmou que,através da extração de dados celulares apreendidos com a suspeita,também foram encontradas pesquisas por variedades de veneno. Durante a coletiva nesta segunda-feira,Veloso também disse que as provas encontradas contra a acusada eram "robustas".
— É importante mencionar que a investigada,ainda que seja presumidamente inocente,está presa temporariamente em virtude das fundadas razões que encontramos em provas legalmente juntadas ao inquérito. Essas provas já são robustas e serão,com certeza,utilizadas — afirmou o delegado.
Segundo ele,a família tinha "uma conveniência muito harmoniosa",mas tinha enfrentado "divergências" há aproximadamente 20 anos.