Mais recentes
-
Pacote fiscal gera crise interna na bancada do PT e desgasta relação do governo com PSOL
-
Ciência do Chope: pesquisa sobre copo ideal para cerveja surgiu em ida à piscina, conta professor
-
Protagonista da série 'Sutura', Humberto Morais fará nova novela de Rosane Svartman
-
Exoneração expõe insatisfação com esforços do governo Lula para frear crise sanitária em reservas indígenas
Surto de língua azul já provocou prejuízos de 6 milhões de euros
2024-11-12 HaiPress
Em comunicado hoje divulgado,a CAP alerta para um aumento da mortalidade desde o início de setembro até hoje,período em que se contabilizam "mais 40 mil mortes entre a população de ovinos,face a igual período do ano passado" e que o setor "precisa urgentemente de ajudas".
Nesse sentido,a confederação agrícola regista que os prejuízos com a febre catarral ovina já ultrapassaram os seis milhões de euros e que os efeitos poderão agravar-se nas próximas semanas.
A febre catarral ovina ou língua azul é uma doença viral,de notificação obrigatória,que afeta os ruminantes e não é transmissível a humanos,sendo a sua transmissão feita através de um mosquito.
Para conter os efeitos,a CAP insta a inclusão imediata da vacinação obrigatória contra o serotipo 3 da Língua Azul para ovinos e bovinos no Programa de Sanidade Animal sem encargos para os produtores.
O apelo surge porque não é antecipado um período com as condições meteorológicas requeridas para travar,de forma natural,a progressão ampla da doença,que passaria por "cerca de dez dias seguidos,com temperaturas abaixo dos 10/11 graus celsius",explica a CAP.
"A par desta medida urgente,deve também o Estado português coordenar e executar ações estratégicas de desinsetização por forma a eliminar o maior número possível de mosquitos transmissores deste vírus",sublinhou a CAP.
A confederação lamentou ainda a falta de capacidade do Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração (SIRCA),que é coordenado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária do Ministério da Agricultura,considerando que este "não está dimensionado para uma situação catastrófica como a atual".
"Muitos dos animais mortos por este surto de Língua Azul (...) terão de ser enterrados nos terrenos dos seus proprietários por incapacidade operacional do SIRCA. Esta é uma situação excecional,estando todas as associações de produtores conscientes das precauções que terão de assegurar em termos de biossegurança no enterramento dos animais",disse.
Além do apelo ao Governo,a CAP lançou outro aos agricultores para que declarem os casos de doença,de forma a que a "real dimensão do surto seja verificada estatisticamente,de forma que os mecanismos de apoio existentes possam ser devidamente acionados".
O Governo anunciou na semana passada que comprou mais de três milhões de vacinas contra a língua azul.
Em Portugal estão a circular três serotipos de língua azul,nomeadamente o BTV-4,que surgiu,pela primeira vez em 2004 e foi novamente detetado em 2013 e 2023,o BTV-1,identificado em 2007,com surtos até 2021,e o BTV-3,detetado,pela primeira vez,em 13 de setembro.
A vacinação de ovinos e bovinos contra os serotipos um e quatro é obrigatória. Já contra o serotipo três é apenas permitida.
A DGAV autorizou,temporariamente,três medicamentos contra a língua azul,dois dos quais ainda não estão disponíveis no mercado.
A transmissão da doença é feita através de um mosquito e não afeta a qualidade da carne,do leite ou dos seus derivados que possam vir de animais infetados.