Centro cultural dedicado ao folclore, no Catete, tem festa com manifestações de todo o país, exposições e venda de artesanato

2024-09-07 HaiPress

Peças do acervo do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular — Foto: Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 07/09/2024 - 05:00

Centro Nacional de Folclore celebra 65 anos promovendo diversidade cultural

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular,no Catete,celebra 65 anos com festa destacando a diversidade cultural brasileira. Com exposições,oficinas e shows gratuitos,o evento busca ampliar o acesso do público e promover a riqueza do folclore nacional. O diretor destaca a importância de dar visibilidade aos artesãos e promover o debate sobre políticas culturais. O centro,que busca uma sede maior para seu vasto acervo,conta com quatro áreas de atuação e quatro exposições em destaque. A programação inclui atividades variadas,como oficinas,apresentações culturais e rodas de conversa,buscando conectar o público com a cultura popular brasileira.

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A riqueza do Brasil vai muito além de sua diversidade,do tamanho de seu território,das florestas ou do ouro que um dia já teve. Ela é mensurada também por seu povo e pelo conjunto de expressões culturais populares que criam a identidade do país. E é com toda essa fartura das manifestações brasileiras que o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP),comemora seus 65 anos hoje (7),amanhã e segunda-feira. Como o espaço na Rua do Catete 179 ainda busca aumentar a frequência do público,a celebração é uma oportunidade de tornar o centro mais conhecido tanto por moradores da cidade quanto por turistas. Os motivos para a visita estão lá: são peças do acervo de 20 mil itens da cultura e do folclore de todo o país.

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— Um dos nossos maiores desafios é conquistar a ampliação do nosso espaço para dar um tratamento mais adequado a esse tesouro que o centro resguarda. Além de torná-lo acessível para as pessoas e sermos uma instituição conhecida pelo público. Queremos que cariocas,moradores do Rio e turistas saibam que aqui há um pedaço de todo o Brasil e que possam conhecer as raízes brasileiras que fundamentam a nossa diversidade cultural — frisa Rafael Barros Gomes,diretor do CNFCP.

Intitulado “Na gira do tempo: 65 anos do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular”,o evento tem programação hoje e amanhã,das 9h30 às 20h30; e uma palestra segunda-feira,das 14h às 17h. No roteiro,oficinas,exposições,shows e rodas de conversa. O encontro traz ainda o Mercado Brasil de Artesanato Tradicional,que reúne 65 comunidades artesanais e artistas que produzem objetos de decoração,vestuário,utilitários e acessórios para mostra e venda no jardim do Museu da República.

— Um dos aspectos do nosso trabalho é dar visibilidade ao campo das culturas e produções dos artesãos brasileiros. Até mesmo para alimentar a economia dessas comunidades e criar espaço para a reflexão e o debate dos desafios contemporâneos da missão institucional do centro e do papel do estado no fomento da elaboração de políticas públicas voltadas para o campo das culturas populares. Para rechear essa agenda,teremos apresentações culturais e shows de artistas que dialogam com o universo do folclore e da cultura popular brasileira — explica o diretor.

Folia de Reis. Exposição permamente no Museu de Folclore Edison Carneiro — Foto: Divulgação

O evento é também uma chance de conhecer 1% dos 20 mil objetos que compõem o acervo do Centro Nacional.

— Todo o resto dos objetos está em nossa reserva justamente pela falta de espaço. Por isso estamos fazendo um grande esforço para conquistar uma nova sede e transformar o acervo em uma reserva visitável e acessível para a população — diz Barros.

Hoje,o CNFCP conta com quatro áreas. O setor de pesquisas; o de difusão,que divulga o trabalho desenvolvido para os setores da educação,da comunicação e de publicações e cuida do relacionamento com a mídia; o de museologia,que é dedicado às culturas populares; e o de arquivo,que guarda documentos,registros audiovisuais e fotografias.

— Temos o maior acervo da cultura popular do Brasil,e talvez seja o maior da América Latina. Guardamos todo esse tesouro e temos obras dos maiores expoentes da arte brasileira,como Mestre Vitalino. Essas peças são fundamentais para a cultura popular brasileira,e seu valor é inestimável. Por isso a nossa luta pela conquista de uma sede maior — afirma o diretor.

Silvan Galvão. A apresentação de carimbó,manifestação da cultura paraense,será hoje,das 12h30 às 14h — Foto: Divulgação/Marcelo da Costa

Quatro exposições na programação

O público poderá ainda visitar quatro exposições. A “Prêmio Mário de Andrade de Fotografias Etnográficas” reúne na Galeria do Terceiro Andar as imagens vencedoras do concurso. Há ainda a “Nóis morre,as coisa fica”,na Galeria Mestre Vitalino,com artes populares do país. No Museu de Folclore Edison Carneiro está “Os objetos e suas narrativas”,com itens da reserva técnica do CNFCP. Já “Aberaldo e rio” reúne esculturas de madeira do Mestre Aberaldo,da Ilha do Ferro,em Alagoas.

— Tem gente de todo o Brasil aqui mostrando sua cultura,além dos artesãos que estão na feira e que vão ministrar as oficinas gratuitas. Queremos conectar o carioca com as raízes da cultura brasileira e tudo que fundamenta nossa tradição cultural e nossa diversidade. Além de fazer com que o turista conheça esse espaço de pesquisa e fomento e a dimensão do patrimônio que resguardamos — completa Barros.

Mercado Brasil. Feira apresenta artesanato de diferentes regiões do país — Foto: Divulgação/Francisco Moreira da Costa/acervo CNFCP/IPHAN

A programação hoje começa às 9h30,com uma roda de conversa sobre constituição e preservação de acervos que exigem investimentos. Das 10h às 11h acontece a oficina de escultura de madeira com Louco Filho,artista da Bahia. Das 12h30 às 14h há apresentação de carimbó,manifestação típica do Pará,com Silvan Galvão. Das 13h às 14h será possível fazer uma visitação guiada pela exposição do “Os objetivos e suas narrativas”. Das 14h30 às 17h30 é a vez de roda de conversa sobre os conceitos de cultura,arte e artesanato de tradição popular. Às 15h começa a oficina de acessórios femininos,com artesãs da Associação das Redeiras do Extremo Sul,de Pelotas (RS). A programação se encerra com os shows de Sérgio Pererê e Irmandade Os Ciriacos,de Minas Gerais,das 18h30 às 20h30.

Amanhã,às 9h30,há roda de conversa sobre culturas tradicionais,territórios e direitos. Em seguida,às 10h,o coletivo Matizes Dumont ministra oficina de bordados. O espetáculo “ A fazenda de Dona Quitéria”,de teatro de mamulengos,com o Grupo Mamulengo Flor do Mulungu,de Pernambuco,começa às 10h e vai até meio-dia. Às 15h tem oficina de sucata com artesãos de São Paulo. A partir das 16h,os shows do dia são DJ Orkidia,Áurea Martins e Cátia de França.

Na segunda,das 14h às 17h,haverá a palestra “Arquivos,etnografia e música: patrimônio cultural imaterial”,com Anthony Seeger,curador emérito do Centro de Folclore e Patrimônio do Instituto Smithsonian.

O CNFCP funciona de terça a sexta,das 10h às 18h; e aos sábados e domingos,das 11h às 17h.

Sérgio Pererê. Artista faz show hoje no evento “Na gira do tempo” — Foto: Divulgação

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