Conheça Gabriel Massan, 'cria' da Baixada Fluminense com arte exibida na turnê de Madonna e carreira que desponta na Europa

2024-08-18 HaiPress

Gabriel Massan,de Nilópolis,inaugura primeira individual no Brasil,na Pinacoteca de São Paulo — Foto: Beatriz Orle / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 18/08/2024 - 04:30

Artista da Baixada Fluminense ganha destaque internacional com arte inovadora

Gabriel Massan,artista da Baixada Fluminense,ganha destaque com Madonna e expo na Pinacoteca de SP. Reconhecido na Europa,sua arte inovadora mescla tecnologia e temas sociais. Trajetória de superação e sucesso revela talento único que encanta o mundo.

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Em julho de 2023,Madonna ainda estava nos preparativos de sua The Celebration Tour — a temporada começaria três meses depois,em Londres,e terminaria de forma apoteótica em maio deste ano,na Praia de Copacabana. Na capital inglesa,durante uma visita à Serpentine,prestigiado espaço de arte contemporânea que atrai 1,2 milhão de pessoas por ano,a Rainha do Pop conheceu o trabalho de um jovem artista brasileiro nascido na Baixada Fluminense — e se encantou. Criado em Nilópolis e radicado na Europa,Gabriel Massan,de 27 anos,ficou lisonjeado ao saber que sua obra havia cativado Madonna,mas o melhor ainda estava por vir: dias depois,ele recebeu uma mensagem da diva com o convite para colaborar no show que ela estava preparando.

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Nas apresentações da Celebration Tour,a vídeo-instalação reproduzida em telões quando Madonna cantava “Bedtimes story” é obra de Gabriel Massan. O próprio artista,na escala da turnê em Berlim — onde ele vive desde 2020 —,subiu ao palco para uma participação na hora em que a estrela interpreta “Vogue” — no Rio,esse papel coube à cantora Anitta.

— Foi uma sensação de reafirmação do meu talento e do meu desafio,sendo imigrante e vindo do Brasil. O fato de a Madonna ter encontrado potência em meu trabalho e mostrar o que faço numa turnê mundial foi muito importante — reconhece Massan,artista que recorre à tecnologia,criando com recursos de inteligência artificial,realidade aumentada,esculturas virtuais,interatividade e hologramas.

Gabriel Massam e Madonna na Celebretion Tuor — Foto: Reprodução

Reconhecimento lá fora

Madonna é famosa,entre muitas outras coisas,por estar sempre atenta às novidades. Um ano antes de atrair a atenção da estrela,Massan já tinha sido considerado pela revista britânica Dazed um dos cem artistas mais importantes do mundo. Ele é mais conhecido na Europa do que em seu país. Os trabalhos por aqui foram esporádicos e,em sua maioria,concentrados na capital paulista. No próximo dia 31,ele inaugura na Pinacoteca de São Paulo sua primeira individual no Brasil: a mostra vai trazer parte das criações que encantaram a Rainha do Pop e,por aqui,teve seu nome traduzido para “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”. Concebido como um game,o trabalho convida o público a entrar num mundo digital onde as criações do artista abordam temas como natureza e colonialismo.

Há expectativa de que a exposição,que fica em São Paulo até fevereiro,ganhe temporada carioca em meados do próximo ano,mas ainda não há local definido. Na última quinta-feira,o artista participou da Rio Innovation Week,que ocupou o Pier Mauá,na Zona Portuária até ontem,em um painel onde o público pôde conhecer parte da trajetória do garoto que,até os 15 anos,não tinha computador.

Trabalho do artista Gabriel Massan — Foto: Divulgação

Seu primeiro contato com ferramentas digitais,que hoje usa para criar,se deu através da lan house perto de casa,onde se refugiava para jogar The Sims. Logo,Gabriel começou a criar histórias e jogos próprios. Com um computador que ganhou de presente da tia,espalhou posts nas redes que não paravam de ganhar seguidores e curtidas. Essa foi sua experiência inicial com a criação digital.

— Sentia uma necessidade de criar e contar histórias. Fiz teatro quando criança,e a dramaturgia fazia parte de mim — diz.

A aproximação da idade adulta e a pressão por um rumo na vida chegaram a afastá-lo da experimentação digital. Após um momento de impasse,Gabriel voltou a mexer com os programas de computador que o encantaram na adolescência. O “rumo” chegou quando o jovem conheceu a artista carioca Tadáskía,que o indicou para uma bolsa na Escola de Artes Visuais do Parque Laje,no Jardim Botânico,na Zona Sul do Rio.

— Eram três horas para ir e três para voltar. O percurso de trem,metrô e ônibus era muito maior do que as duas horas de aula — lembra ele.

O esforço compensou. A partir dali,aos 22 anos,ele começou a ganhar visibilidade. Foi morar em São Paulo,onde fez trabalhos para marcas de peso,em setores como tecnologia,bebidas e vestuário,além do evento de moda São Paulo Fashion Week. No final de 2019,Gabriel partiu para um período de residência em Zaragoza,na Espanha.

Participação de Gabriel Massan na Celebretion Tuor,da Madonna — Foto: Reprodução

Na Europa,foi surpreendido pela pandemia,em 2020,durante uma passagem por Berlim que deveria ser rápida,mas se estende até hoje. Surgiram novos obstáculos — Gabriel enfrentou fome e teve de vender objetos pessoais para sobreviver —,junto de oportunidades que também adiaram a volta ao Brasil. Na capital alemã,o artista passou a receber convites como o da exposição na galeria londrina em que seria apresentado a Madonna. Aos 26 anos,Gabriel tornou-se o artista mais jovem a expor na Serpentine.

‘Ele foi muito corajoso’

O sobrenome artístico Massan remete a seu nome de batismo: Gabriel Marcos Santana dos Santos. Seu pai,o ex-PM e advogado Marcos Antônio Conceição dos Santos,de 65 anos,confessa ter se surpreendido com o patamar artístico atingido pelo filho. Para a mãe,Joélia Santana dos Santos,de 57 — que toca um pequeno comércio de roupas e a atuação como agente comunitária de Saúde em Nilópolis,onde a família vive —,o sucesso já era esperado.

— Desde pequeno ele mostrava talento nessa área. Entre 13 e 14 anos,fazia novelas para o YouTube,com muitas visualizações. Sempre foi criativo,estudou teatro,e na escola era sempre chamado para apresentar os trabalhos. Quando fez o São Paulo Fashion Week,tive a certeza de que iria despontar — garante a mãe.

Olivia Merquior,idealizadora da plataforma BRIFW,de moda e cultura,foi uma das primeiras a acreditar no potencial de Gabriel Massan. Ela o conheceu em 2016,quando comandava uma ONG na Rua Sacadura Cabral,na Saúde,e,na mesma ocasião,convidou o jovem artista para fazer estampas e trilhas para o SPFW.

— Fico impressionada como as pessoas (no Brasil) não conhecem a história dele. É a trajetória de um garoto que cresceu na Baixada Fluminense sem computador e se tornou um dos maiores artistas digitais do mundo. Ele foi muito corajoso — lembra Olivia,que dividiu com Massan o bate-papo na programação da Rio Innovation Week,na quinta-feira passada.

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